Golegã: Feira Nacional do Cavalo 2011 termina hoje
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou ontem, na Golegã,
que o Governo "não tem margem de manobra" para mexer nas medidas mais
duras e impopulares do Orçamento do Estado para 2012, casos do corte
dos subsídios de férias e de Natal, ou evitar a subida para 23% do IVA
na restauração. O governante fechou assim a porta às propostas do PS,
afirmando que "não são possíveis pela simples razão de que terão um
impacto muito pesado sobre as contas do Estado".
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Por:João Nuno Pepino
Durante uma visita à Feira Nacional do Cavalo, onde esteve acompanhado
pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas, Passos Coelho
esclareceu ainda que o Governo está "aberto a modelar ou ajustar
algumas medidas desde que o impacto sobre o défice seja neutro". Ou
seja, qualquer proposta que os partidos da Oposição apresentem na
especialidade "não poderá alterar o princípio de dois terços do
esforço ser feito do lado da despesa e um terço em aumento de
impostos".
Antes de deixar a Golegã, Pedro Passos Coelho inaugurou a secção local
do Instituto Luso--Árabe para a Cooperação, num almoço que reuniu
embaixadores de 10 países árabes: Kuwait, Marrocos, Argélia, Líbia,
Palestina, Arábia Saudita, Egipto, Tunísia, Emirados Árabes Unidos e
Iraque. Estas relações "podem ajudar a atrair investimento para
Portugal", disse o primeiro-ministro, que prometeu reunir-se novamente
com todos os representantes destes países ainda antes do final do ano.
A criação desta infra-estrutura pretende criar novas oportunidades de
negócio para os criadores de cavalos portugueses, dando a conhecer aos
árabes as potencialidades do puro-sangue lusitano. "Se conhecemos o
puro-sangue árabe, eles também podem e devem conhecer o puro--sangue
lusitano", disse ao CM o presidente da Câmara Municipal da Golegã,
Veiga Maltez, que vê neste intercâmbio boas oportunidades de negócio
para os criadores portugueses.
TRAJE DE CAVALEIRO ASCENDER AOS 600 EUROS
Além das centenas de cavalos que se passeiam pelas ruas da vila, uma
das imagens de marca da feira da Golegã são as amazonas e os
cavaleiros trajados a rigor, com fatos de equitação à portuguesa. "Não
por vaidade, mas por respeito ao passado", sublinhou ao CM Ana Leonor
Freitas, que todos os anos marca presença no certame. "Se são
tradições nossas, portuguesas, não as podemos deixar morrer."
Botas de cabedal, jaqueta ou colete, e boina ou chapéu são acessórios
indispensáveis, mas a indumentária não é barata. Vestir uma amazona
dos pés à cabeça pode chegar aos 750 euros, enquanto um traje de
cavaleiro ronda os 600 euros, quando se opta pela melhor qualidade. No
caso dos animais, uma sela à portuguesa com todos os arreios –
cabeçada, peitoral, rabicheira, estribos e freios, entre outros –
"pode variar entre os 200 e os mil euros", segundo Martinho Simão,
fabricante de artigos de couro, de Leiria.
"É um facto que o hipismo não é um desporto barato", afirmou Jorge
Dias, proprietário da escola de equitação 'O Jokey', da Sobreda de
Caparica (Almada). "Para a aprendizagem, chega um animal de 1500
euros, mas depois é preciso ir evoluindo, e os custos vão aumentando",
diz Jorge Dias, acrescentando que um puro--sangue para alta competição
pode ascender aos 250 mil euros. Apesar de o segredo ser a alma do
negócio entre compradores e as grandes coudelarias presentes no
certame, há animais que são transaccionados por estes valores no
decorrer da feira da Golegã.
http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=FE78DA85-FD5C-48FD-86D6-A64BE0499584&channelID=00000009-0000-0000-0000-000000000009
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