(AFP) – Há 2 horas
ROMA — A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a
Alimentação (FAO) pediu esta segunda-feira à comunidade internacional
que defenda "urgentemente" os cultivos tradicionais em todo o mundo
diante dos riscos que eles correm com as mudanças climáticas.
O pedido foi feito por ocasião do décimo aniversário do Tratado
Internacional para Proteger e Compartilhar os Recursos Fitogenéticos.
Em nota oficial, o diretor-geral da FAO, o senegalês Jacques Diouf,
pediu aos países que desenvolvam políticas específicas para conservar
e potencializar o uso das variedades vegetais para as próximas
gerações.
"A conservação e o uso sustentável dos recursos fitogenéticos para a
alimentação e a agricultura são chave para garantir que o mundo
produza alimentos suficientes para alimentar no futuro sua população
crescente", acrescentou Diouf.
A FAO considera chaves experiências como o "parque da batata",
realizada no Peru, onde os membros da comunidade combinam
conhecimentos tradicionais com esforços para preservar variedades
nativas, melhorar a produção agrícola e garantir a segurança
alimentar.
Mediante a troca de conhecimentos com um grupo de visitantes da
Etiópia, os "guardiães" do parque peruano ensinaram a usar os
conhecimentos locais sobre ventos, plantas nativas e outros fatores
para decidir o local e o momento para cultivar batatas locais.
O dirigente das Nações Unidas aplaudiu a decisão de injetar os 6
milhões de dólares disponíveis mediante o tratado para ajudar
camponeses dedicados aos cultivos tradicionais a se adaptar às
mudanças climáticas.
Diouf lançou um apelo a favor do "acervo genético" mundial de mais de
1,5 milhão de amostras de material fitogenético, gerido de forma
coletiva e multilateral pelos países signatários do Tratado
Internacional sobre Recursos Genéticos para a Alimentação e a
Agricultura.
"Constitui a base para mais de 80% dos alimentos do planeta de origem
vegetal e possivelmente será a ferramenta mais importante para a
adaptação da agricultura às mudanças climáticas nos próximos anos",
disse.
"Os efeitos das mudanças climáticas na agricultura não respeitam
fronteiras nacionais, abrangem zonas agroecológicas completas",
advertiu Shakeel Bhatti, atual secretário do tratado internacional.
"O portfólio de projetos adquire um enfoque pioneiro ao gerar uma base
mundial de conhecimentos", destacou.
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