domingo, 13 de novembro de 2011

Concentração de gases de efeito estufa na atmosfera aumentou, diz NOAA

Reforçando dados recentes de que as emissões mundiais vêm subindo, a
Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos
constatou que a presença de gases do efeito estufa na atmosfera
cresceu 2% em 2010.
Por Fabiano Ávila, Instituto CarbonoBrasil/NOAA
Na última semana, dois relatórios destacaram o ritmo crescente das
emissões de gases do efeito estufa (GEEs). O primeiro foi publicado
pelo Departamento de Energia dos EUA e afirma que os níveis de dióxido
de carbono (CO2) subiram 6% em 2010. Em seguida, foi a vez da
consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) divulgar um documento no qual
demonstra que a intensidade global de carbono aumentou 5,8% no ano
passado.

Agora, é a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados
Unidos (NOAA) fazer o alerta de que a concentração de GEEs na
atmosfera cresceu 2% entre 2009 e 2010. Desde 1990, a concentração
desses gases subiu 29%.
O nível de CO2, por exemplo, chegou a 389 partes por milhão (ppm),
contra 386ppm no ano anterior. Antes da Revolução industrial, no fim
do século XIX, a concentração de CO2 era de apenas 280ppm. A taxa
média de crescimento do CO2 foi de 1,68ppm anuais nos últimos 31 anos,
sendo que esse ritmo vem se acelerando. Em 1995, a taxa estava em
1,43ppm e já no ano seguinte passou para 1,94ppm.
Esses dados estão disponíveis no Índice Anual de Gases do Efeito
Estufa (AGGI), que o NOAA publica desde 2004, mas que já detalhou
informações até o ano de 1978.
"Qualquer um que observe essas informações percebe que não estamos
sendo bem sucedidos nos esforços mundiais para cortar as emissões. O
aumento na concentração de GEEs indica que as mudanças climáticas
serão um problema que teremos que lidar ainda por um logo tempo",
afirmou Jim Butler, diretor da divisão de monitoramento global do
NOAA.
Os gases acompanhados pelo índice são os mais ligados com o
aquecimento global; dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e dois
clorofluorcarbonos (CFC11 e CFC 12).
Os níveis de metano subiram pelo quarto ano consecutivo depois de
ficarem constantes por quase 10 anos. No ano passado foi registrada
uma concentração de 1799 partes por bilhão (ppb) de metano na
atmosfera, contra 1794ppb em 2009 e 1714ppb em 1990.
Apenas os CFCs vêm caindo, de forma lenta, mas constante. Segundo o
NOAA, isto se deve às medidas estipuladas pelo Protocolo de Montreal
em 1989 para combater o buraco na camada de ozônio.
Para chegar a esses números os pesquisadores norte-americanos
coletaram amostras do ar de mais de 100 locais do planeta em
intervalos semanais.
"O aquecimento global tem o potencial de prejudicar muitos aspectos da
nossa sociedade, como acesso à água, produção de alimentos, perda de
espécies e aumentar a frequência e a intensidade de desastres
climáticos. Vamos continuar a monitorar esses gases para melhorar o
nosso entendimento sobre os impactos deles no planeta", concluiu
Butler.
Carbono Brasil - EcoAgência
http://www.ecoagencia.com.br/index.php?open=noticias&id=VZlSXRFWwJlYHZETTxGahN2aKVVVB1TP

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