sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O azeite com que os portugueses "se identificam"

NOVEMBRO: MÊS DA ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS
por LUÍS GODINHOOntem

Com o maior olival do mundo, a Sovena é o segundo maior operador
mundial no sector do azeite, apostando no mercado da saudade na hora
de exportar
Mesmo para uma empresa como a Sovena, que apesar de ser inteiramente
detida por capitais portugueses (família Mello) é o segundo maior
operador mundial no sector do azeite com um volume de vendas superior
a 180 mil toneladas por ano, a aposta era arrojada: plantar o maior
olival do mundo.

O projecto ganhou forma na Herdade dos Marmelos, próximo de Ferreira
do Alentejo, onde são explorados 10 mil hectares de olival em regime
intensivo e com rega gota a gota. "São 10 milhões de árvores", diz
Isabel Roseiro, gestora da marca Oliveira da Serra, a principal
referência da empresa em Portugal.
O investimento no olival foi acompanhado de um outro, no montante de 9
milhões de euros, na construção de um lagar. A partir desse momento a
empresa passou a "controlar todo o processo" de fabrico do azeite e a
dispor de olivais plantados de forma a optimizar a produção.
"O Oliveira da Serra é praticamente todo produzido no Alentejo e
estamos a falar de uma produção superior a 11 milhões de litros",
revela Isabel Roseiro. Apenas alguns lotes específicos, como os
destinados ao azeite biológico, são provenientes de outras regiões do
País. "A estratégia é encontrar os lotes ideais para ir ao encontro da
preferência dos consumidores."
A avaliar pelos indicadores de vendas, o caminho está a produzir
frutos. Nos primeiros seis meses de 2011 o Oliveira da Serra foi o
azeite de marca preferido pelas famílias portuguesas, confirmando uma
liderança de mercado alcançada em 2010.
Num sector muito influenciado pelo preço, a marca complementa a aposta
em padrões de qualidade com investimento em inovação. Exemplos não
faltam. Em 2009, a tampa pop-up com doseador retráctil, criada a
partir da sugestão de um consumidor, veio tornar as garrafas mais
funcionais. No ano seguinte surgiu uma embalagem mais leve, feita com
garrafas de plástico e com economia em relação ao preço final.
Além de azeite competitivo no preço, Isabel Roseiro diz que o Oliveira
da Serra tem igualmente referências dirigidas a outros segmentos de
mercado como azeites premium, biológicos, aromatizados e com acidez
bastante baixa, acompanhando o gosto dos consumidores portugueses onde
quer que eles se encontrem.
É essa "identificação dos consumidores com uma marca que faz parte do
seu dia-a--dia" que leva a Sovena a exportar o Oliveira da Serra para
o chamado "mercado da saudade", em que se incluem países europeus com
forte presença de emigrantes portugueses, como França, Suíça e
Luxemburgo. Já no Brasil, é o azeite Andorinha, também presente no
mercado nacional, que constitui a aposta preferencial da empresa,
sendo que os vários pólos de produção espalhados pelo mundo se
destinam aos restantes mercados: Sevilha assegura o fornecimento aos
consumidores espanhóis e Marraquexe abastece essencialmente o mercado
americano via fábrica de Nova Iorque.
Lançado em 1964, o Oliveira da Serra começou por ser uma marca local,
comercializada apenas na região do Grande Porto. A partir dos anos 90
passou a ter distribuição nacional. Aos 47 anos, chega às novas
plataformas tendo lançado uma aplicação para iPhone, iPad e Android
com receitas do chef Vítor Sobral.
Inovar e exportar é o caminho que Manuel de Mello, presidente da
Nutrinvest (proprietária da Sovena), aponta para a agricultura
portuguesa. "Temos condições, temos tradições tanto de água como de
terra, há potencial de crescimento", assinalou o empresário aquando da
inauguração do Lagar do Marmelo que para além de servir as
necessidades de produção da empresa irá dar apoio aos olivicultores da
região
http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2128346&especial=Made%20in%20Portugal%20-%20M%EAs%20da%20Alimenta%E7%E3o%20e%20Bebidas&seccao=ECONOMIA&page=-1

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