publicado
18:51
17 novembro '11
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A associação ambientalista Quercus apresentou uma segunda denúncia à UNESCO contra a construção da barragem de Foz Tua a alertar para o "imenso estaleiro" em que se transformou aquela região classificada do Alto Douro Vinhateiro.
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A UNESCO anunciou a classificação do Douro como Património da Humanidade a 14 de dezembro de 2001.
Dez anos depois, a Quercus considera que este território está a ser alvo de um "verdadeiro atentado a um património ambiental e cultural insubstituível", decorrente da construção da barragem na foz do Tua.
"A ferida que se rasga na foz do rio Tua, com os trabalhos de construção da barragem em curso, é visível a quilómetros de distância, em diferentes locais de ambas as margens do Rio Douro", explica a associação em comunicado.
Para travar este "atentado", os ambientalistas apresentaram esta denúncia à UNESCO, depois de uma primeira queixa formalizada há mais de ano e meio.
João Branco, dirigente da Quercus, disse à Agência Lusa que, até ao momento, não obtiveram qualquer reação a esta queixa enviada para a sede da UNESCO, em Paris.
A Quercus criticou também a instalação de uma "vasta rede" de linhas de alta tensão em toda a região do Alto Douro desde Foz Tua até Armamar, "com significativos impactos paisagísticos negativos".
Os ambientalistas deixaram ainda um apelo a todos os cidadãos e associações nacionais e internacionais, para que façam chegar as suas denúncias à UNESCO no sentido de pressionar o governo português a parar com as obras.
O empreendimento faz parte do Plano Nacional de Barragens e tem sido alvo de contestação, nomeadamente pelos alegados impactos na paisagem protegida do Douro Vinhateiro, classificado Património da Humanidade.
A barragem deverá estar concluída em 2015 e representa um investimento de 305 milhões de euros.
Esta semana, o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) referiu que os eventuais impactos da barragem de Foz Tua no Douro Vinhateiro motivaram uma recomendação ao Estado português por parte da UNESCO.
Segundo este partido, a UNESCO ficou a aguardar que o Estado português comentasse a referida recomendação, "mas até agora ainda não chegou ao Centro do Património Mundial, qualquer comentário".
Por causa disso, a deputada Heloísa Apolónia questionou o secretário de Estado da Cultura, através de um requerimento entregue na Assembleia da República, sobre esta recomendação, querendo ainda saber quais as razões pelas quais ainda não foram feitos comentários por parte do Estado português a esta questão.
"Os Verdes" querem ainda saber quando é que Secretaria de Estado da Cultura vai fazer chegar esses comentários à UNESCO.
PLI (HFI).
http://www.rtp.pt/noticias/?t=Quercus-apresenta-mais-uma-denuncia-a-UNESCO-contra-atentado-no-Patrimonio-Mundial.rtp&article=500695&visual=3&layout=10&tm=4
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