14 DE NOVEMBRO DE 2011, 14:20
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O presidente da Associação de Olivicultores da Região de Elvas (AORE),
José Falcão, defendeu hoje a subida do preço da azeitona e do azeite,
alegando que estabilizou em baixa há três anos.
"O preço do azeite está muito baixo. Há três anos que estabilizou em
baixa. Nesta campanha, a qualidade da nossa azeitona é elevada, com
cerca de 1,5 a 2 por cento de maior rentabilidade, e é vendida a um
preço similar ao do ano passado. Não é justo", lamentou.
"Este tem sido um dos principais problemas com que se debate o setor,
que põe em causa a nossa rentabilidade e sustentabilidade", afirmou.
Quem ganha neste processo, segundo José Falcão, "é o intermediário,
que vende a azeitona no lagar ao quilo e não pela sua qualidade ou
rentabilidade na transformação em azeite".
Outra das situações que José Falcão questiona é a produção de azeitona de mesa.
"Este ano, tivemos uma alta produção em azeitona de mesa, mas parte
dela vai para o processo de transformação em azeite e os lagares
incorporam-na juntamente com as outras variedades a um preço médio
abaixo do seu real valor", disse.
O responsável indicou ainda que grande parte da azeitona produzida na
região de Elvas é transformada em lagares de outras zonas e alguma é
exportada para a vizinha Espanha.
"A variedade da azeitona galega é muito procurada pelos produtores
espanhóis para enriquecer as misturas que fazem na transformação em
azeite", explicou.
"A nossa região, assim como o país, tem vindo a perder capacidade
lagareira. Já tivemos dois mil lagares em Portugal e hoje restam
apenas 600", lamentou.
A colheita de azeitona para a produção de azeite na região de Elvas
atinge este ano valores "acima da média".
"Seguramente vamos ter este ano uma produção com valores acima da
média, em relação aos anos anteriores", avançou o mesmo responsável.
A ausência de chuva nos meses de agosto, setembro e outubro "não
prejudicou a produção deste ano", assegurou.
"Não registamos quebras de produção, porque temos culturas muito bem
adaptadas às condições de sequeiro, que conseguem aguentar muito bem
os stress hídricos e, por isso, temos uma produção superior à média",
explicou.
"Importa lembrar que o olival de sequeiro é o que predomina na nossa
região", recordou.
O responsável, que ainda não avança números concretos respeitantes às
produções deste ano, assegura que o setor mais penalizado é o olival
de regadio.
"Nas produções de regadio, em culturas intensivas, registámos uma
quebra de produção devido às condições meteorológicas que tivemos com
um início de outono praticamente sem chuva", disse.
De acordo com José Falcão, a ausência de precipitação no final deste
verão e início do outono vai ser prejudicial para as próximas
produções.
"Os novos raminhos que vão dar a azeitona para o próximo ano é que
podem estar comprometidos pela falta de chuva", explicou.
A Associação de Olivicultores da Região de Elvas, uma das principais
do país, tem cerca de 1200 associados e abrange uma área de 20 mil
hectares de olival.
@Lusa
http://noticias.sapo.pt/infolocal/artigo/1200895
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