sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dezenas de agricultores em marcha lenta em Évora em defesa da produção nacional

Várias dezenas de agricultores alentejanos participaram hoje numa marcha lenta pelas ruas da cidade de Évora, em defesa da produção nacional e regional e para exigir preços justos pelo trabalho e pelos custos da produção agrícola.

"O aumento da produção é muito falado, mas a prática política não corresponde ao desejo. Não basta a ministra continuar, muito fotogénica e simpática, a dizer que quer aumentar a produção, porque, para isso, é preciso criar condições", criticou o presidente da Ruralentejo, Joaquim Lopes, em declarações à agência Lusa.

Promovida pelo Conselho para o Desenvolvimento Rural do Alentejo (Ruralentejo), em colaboração com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e associadas, o protesto integrou uma marcha lenta e um plenário de agricultores, que decorreu junto à sede da Direção Regional de Agricultura do Alentejo, em Évora.


No documento aprovado em plenário, segundo o responsável, são apontadas "soluções" para o aumento da produção agrícola em Portugal, que passam por "renegociar, neste nova Política Agrícola Comum (PAC), o fim do desligamento das ajudas", passando a "ligar as ajudas à produção".

"Legislativamente é preciso também impor às grandes superfícies a aquisição de quotas progressivas à produção interna agrícola e, depois, é preciso desburocratizar e simplificar o acesso à organização da produção", defendeu o presidente da Ruralentejo.

Joaquim Lopes realçou ainda a necessidade da "negociação direta" entre os agricultores e as grandes superfícies, para que sejam praticados "preços justos", tendo como referência o preço de venda ao público menos a margem de comercialização da grande superfície.

"Assim, deixará que haver os intermediários pelo meio e a pressão que normalmente as grandes superfícies fazem sobre o agricultor", afirmou, acusando as empresas de "esmagarem os produtores com preços de vergonha e autênticos roubos".

Como exemplo, Joaquim Lopes contou o caso de "um agricultor que tinha seis toneladas de cebolas para vender e que uma grande superfície comprou a 10 cêntimos o quilo, vendo-as, nesse mesmo dia, no supermercado a 90 cêntimos".

Fonte: Lusa

http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=122180

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