Várias dezenas de agricultores alentejanos participaram hoje numa marcha lenta pelas ruas da cidade de Évora, em defesa da produção nacional e regional e para exigir preços justos pelo trabalho e pelos custos da produção agrícola.
"O aumento da produção é muito falado, mas a prática política não corresponde ao desejo. Não basta a ministra continuar, muito fotogénica e simpática, a dizer que quer aumentar a produção, porque, para isso, é preciso criar condições", criticou o presidente da Ruralentejo, Joaquim Lopes, em declarações à agência Lusa.
Promovida pelo Conselho para o Desenvolvimento Rural do Alentejo (Ruralentejo), em colaboração com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e associadas, o protesto integrou uma marcha lenta e um plenário de agricultores, que decorreu junto à sede da Direção Regional de Agricultura do Alentejo, em Évora.
No documento aprovado em plenário, segundo o responsável, são apontadas "soluções" para o aumento da produção agrícola em Portugal, que passam por "renegociar, neste nova Política Agrícola Comum (PAC), o fim do desligamento das ajudas", passando a "ligar as ajudas à produção".
"Legislativamente é preciso também impor às grandes superfícies a aquisição de quotas progressivas à produção interna agrícola e, depois, é preciso desburocratizar e simplificar o acesso à organização da produção", defendeu o presidente da Ruralentejo.
Joaquim Lopes realçou ainda a necessidade da "negociação direta" entre os agricultores e as grandes superfícies, para que sejam praticados "preços justos", tendo como referência o preço de venda ao público menos a margem de comercialização da grande superfície.
"Assim, deixará que haver os intermediários pelo meio e a pressão que normalmente as grandes superfícies fazem sobre o agricultor", afirmou, acusando as empresas de "esmagarem os produtores com preços de vergonha e autênticos roubos".
Como exemplo, Joaquim Lopes contou o caso de "um agricultor que tinha seis toneladas de cebolas para vender e que uma grande superfície comprou a 10 cêntimos o quilo, vendo-as, nesse mesmo dia, no supermercado a 90 cêntimos".
Fonte: Lusa
http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=122180
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