A União Europeia afectou hoje 19 milhões de euros para co-financiar
programas destinados a combater organismos prejudiciais às plantas em
sete Estados-Membros e a prevenir a sua propagação na União evitando,
assim, consequências graves para o mercado interno. No decorrer de uma
reunião do Comité Fitossanitário Permanente (CFP), os Estados-Membros
aprovaram duas propostas da Comissão que prevêem o co-financiamento
(15 e 14 milhões de euros, respectivamente) de acções já empreendidas
no passado ou cuja execução está prevista para o próximo ano.
«A importância da fitossanidade no nosso quotidiano é frequentemente
subestimada. Tendo em conta as consequências potencialmente
catastróficas para os nossos cidadãos – como na Irlanda no século XIX
quando as batatas, que constituíam nessa altura o alimento de base da
população, foram quase totalmente destruídas pela invasão do fungo do
míldio proveniente da América Central – é essencial combater estes
problemas na fase inicial», assinalou John Dalli, Comissário
responsável pela Saúde e Política dos Consumidores, acrescentando
«Considerando as actuais limitações orçamentais, o auxílio será
centrado onde se revele ser mais necessário».
Distribuição dos fundos
O montante aprovado representa a maior participação financeira anual
da União para estes fins desde a entrada em vigor do regime de
co-financiamento da fitossanidade (1997). Os fundos serão distribuídos
a Chipre, Alemanha, Itália, Malta, Países Baixos, Portugal e Espanha,
visto serem estes os Estados-Membros que solicitaram à União tal
auxílio.
Nemátodo da madeira do pinheiro
A maioria dos fundos (6 milhões de euros) será dedicada ao controlo
dos surtos de 2011 em Portugal do nemátodo da madeira do pinheiro
(Bursaphelenchus xylophilus) que é um verme microscópico que ataca as
coníferas. As espécies coníferas europeias são altamente susceptíveis
e a praga poderia devastar as florestas europeias de pinheiros. O
financiamento das acções auxiliará Portugal a conter o nemátodo da
madeira do pinheiro na zona demarcada existente. Por seu lado, estas
medidas contribuirão para salvaguardar o território dos restantes
Estados-Membros e proteger os interesses comerciais da União em
relação a países terceiros.
Um montante suplementar de 4 milhões de euros auxiliará Portugal a
fazer face às enormes despesas efectuadas em 2006-2007 com a criação
de uma «faixa de contenção fitossanitária», ou seja, uma zona isenta
de árvores que foram infectadas pelo nemátodo da madeira do pinheiro.
Esta zona foi criada para impedir a propagação da praga.
O financiamento auxiliará também a Espanha nas acções empreendidas
contra dois surtos isolados do nemátodo da madeira do pinheiro na
Estremadura e na Galiza, respectivamente, os quais foram erradicados
com sucesso.
Outras pragas
Foi disponibilizado à Espanha um montante suplementar de 1,1 milhões
de euros para controlar o caracol-maçã (Pomacea insularum), um dos
maiores caracóis de água doce que ataca plantações de arroz e pode ter
também efeitos devastadores nas zonas húmidas naturais. A dimensão da
área dos arrozais em perigo na UE é de 420 000 hectares. Até ao
momento, apenas se registou um surto conhecido na UE, no delta do Ebro
(Catalunha)
Serão também atribuídos fundos para controlar dois tipos de
escaravelhos na Alemanha, em Itália e/ou nos Países Baixos – o
escaravelho asiático (Anoplophora glabripennis) e o escaravelho chinês
(Anoplophora chinensis). Ambos os insectos atacam um grande conjunto
de espécies de plantas lenhosas e encontram-se principalmente na Ásia.
Além disso, serão disponibilizados fundos para o controlo do gorgulho
vermelho da palmeira (Rynchophorus ferrugineus) em Chipre e Malta, que
ataca as palmeiras.
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2011/11/16d.htm
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