sábado, 19 de novembro de 2011

PE: Morte das abelhas na UE requer medidas urgentes, alertam eurodeputados

Se o aumento da taxa de mortalidade das abelhas na UE não for tido em
conta, este terá um "impacto negativo profundo na agricultura, na
produção e segurança alimentares", alerta um relatório hoje aprovado
pelo Parlamento Europeu. O PE insta a Comissão a aumentar o apoio à
investigação para a prevenção e controlo de doenças que vitimam as
abelhas e a atribuir mais recursos à apicultura na PAC após 2013.
Portugal é um dos países que regista condições ambientais e agrícolas
favoráveis à apicultura.

O Parlamento Europeu apela ao aumento do apoio à investigação e ao
desenvolvimento de medicamentos veterinários para combater os actuais
agentes patogénicos que afectam as abelhas na UE, especialmente o
acarídeo Varroa destructor.
Estima-se que 76% da produção alimentar na UE depende da polinização
das abelhas. Os eurodeputados alertam para o "impacto negativo
profundo" que o contínuo aumento da taxa de mortalidade das abelhas na
Europa poderá ter na agricultura, na produção e segurança alimentares,
na biodiversidade, na sustentabilidade ambiental e nos ecossistemas.
A Comissão deve definir regras mais flexíveis em matéria de
autorização e disponibilização de produtos de veterinária para as
abelhas, diz o PE, incluindo medicamentos de origem natural e outros
que não sejam prejudiciais à saúde dos insectos.
O relatório salienta também a necessidade de oferecer incentivos à
indústria farmacêutica para o desenvolvimento de novos medicamentos
destinados a combater as doenças das abelhas.
Apoio ao sector apícola no âmbito da PAC
O PE insta a Comissão a disponibilizar mais recursos financeiros para
a apicultura, reforçando o apoio ao sector apícola no âmbito da PAC
após 2013 e garantindo a continuação e o reforço dos programas de
apoio existentes para este sector.
Os eurodeputados pedem também à Comissão que crie uma rede de
segurança ou um sistema de seguros comum para a apicultura, a fim de
atenuar o impacto das situações de crise nos apicultores.
Sistemas nacionais de vigilância
A falta de dados fiáveis e comparáveis sobre o número de colmeias,
apicultores e perdas de colónias na UE constitui um dos principais
entraves à acção efectiva para combater a mortalidade excessiva das
abelhas.
O PE insta à criação de sistemas nacionais de vigilância, em estreita
colaboração com as associações de apicultores, e ao desenvolvimento de
normas harmonizadas a nível da UE que permitam estabelecer
comparações. Os eurodeputados defendem o apoio aos laboratórios de
diagnóstico e aos ensaios de campo à escala nacional.
É também necessário partilhar os resultados científicos à escala
europeia, a fim de evitar sobreposições. O PE pede à Comissão que
fomente activamente a partilha de informações entre Estados-Membros,
laboratórios, apicultores, agricultores, indústria e cientistas sobre
estudos ecotoxicológicos relativos aos factores que afectam a saúde
das abelhas.
Programas de formação para os agricultores
Um dos factores de stress que afecta a saúde das abelhas é a presença
de agentes tóxicos no ambiente, em especial a utilização indevida ou
excessiva de determinados pesticidas.
O PE solicita o apoio a programas de formação para os apicultores
sobre a prevenção e o controlo de doenças e para os agricultores e
silvicultores sobre uma utilização dos produtos fitofarmacêuticos que
seja benéfica para as abelhas e sobre o impacto dos pesticidas e
práticas agronómicas não-químicas.
Os eurodeputados exortam também a Comissão a levar a cabo uma
investigação objectiva sobre os eventuais efeitos negativos do cultivo
e das monoculturas de OGM na saúde das abelhas.
Importância da apicultura para a UE
Estima-se que 84% das espécies vegetais e 76% da produção alimentar na
Europa dependem da polinização das abelhas, cujo valor económico é
muito superior ao valor do mel produzido, ascendendo aos 15 mil
milhões de euros anuais na UE.
O sector da apicultura é também uma fonte de rendimentos primários ou
suplementares para mais de 600 mil cidadãos europeus.
Vários Estados-Membros registam condições ambientais e agrícolas
especialmente favoráveis à apicultura, como é o caso da França,
Grécia, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, Roménia e Espanha.
Fonte: PE
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2011/11/15i.htm

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