sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Região do Douro está à beira do precipício económico

PRESIDENTE DA CÂMARA DE LAMEGO AFIRMA:
por LusaHoje
A região do Douro "está à beira do precipício" económico, alertou hoje
o presidente da Câmara de Lamego no arranque das II Conferências do
Douro Sul, que decorrem nesta cidade.
O autarca de Lamego, Francisco Lopes, do PSD, disse que a forma como o
Douro "mostra falta de capacidade reivindicativa junto da
administração central" pode levar à "tentação de dar um passo em
frente para o precipício". Alguns dos exemplos apontados pelo
presidente da autarquia de Lamego são a acelerada desertificação
humana, a queda contínua do rendimento no Douro, incluindo nas suas
grandes imagens, como o Vinho do Porto e a agricultura, tendo
sublinhado que o mais importante é a "incapacidade de retenção na
região das mais valias económicas nela geradas", como a hidro-elétrica
e o turismo.

O autarca deu como exemplo os últimos dados sobre o índice de poder de
compra nacional, onde cinco dos 10 concelhos do Douro Sul integram os
10 municípios do fundo da tabela, tendo mesmo Sernancelhe como o
último. Numa manhã de trabalho que não contou com a secretária de
Estado do Turismo, Cecília Meireles, como estava no programa, as
diversas intervenções de autarcas e das associações de desenvolvimento
do Douro desaguaram nos problemas que a região atravessa. Ricardo
Magalhães, chefe da estrutura de Missão do Douro, aproveitou a soma de
discursos de tom pessimista para deixar alguns recados, como sejam a
ideia de que "o Douro só se pode desenvolver com pessoas da região" e
ainda que "as políticas assistencialistas não servem" e desafiou os
autarcas a conquistarem um peso político específico no país.
Uma outra ideia transversal a todas as intervenções foi a de que as
autarquias, nesta região do país, são, na maior parte dos casos, a
maior empresa do concelho, como foi o caso do presidente da Câmara de
Moimenta da Beira. José Eduardo Ferreira lembrou ser essencial tirar
partido do potencial da região como é disso exemplo as 120 mil
toneladas de maçã que aqui são produzidas, com um rendimento superior
a 60 milhões de euros, ou ainda os "melhores espumantes do país".
Apontando os alertas deixados pelo presidente da autarquia de Lamego,
sobre os riscos de o Douro estar à beira do precipício, José Eduardo
Ferreira deixou o desafio para que "nas conferências do próximo ano, a
situação não seja tão pessimista", deixando ainda aberta a porta para
o alargamento destas a uma dimensão internacional. Por seu lado,
Manuel Carvalho, jornalista do Público, assumiu o tom mais pessimista
de todas as intervenções, apontando as dificuldades que o Vinho do
Porto, com uma crescente desvalorização do valor da marca e no
rendimento dos produtores ou os problemas por que passam as
cooperativas e a Casa do Douro.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2133411&seccao=Norte

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