quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Declarações sobre aumento de preço do pão ajudam especulação

Agricultura

A ACIP alertou hoje para a possibilidade de as declarações do
secretário de Estado da Agricultura sobre hipotéticos aumentos dos
preços do pão contribuírem para a especulação e serem contrárias às
tendências do mercado.
A Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e
Similares (ACIP), em comunicado, lembrou que se tem verificado nos
últimos anos uma tendência de baixa dos preços dos cereais a partir de
junho e julho, depois de aumentos na primeira metade do ano, prevendo
uma redução de entre 13 a 15 por cento até dezembro deste ano.

Na terça-feira, o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo
Albuquerque, admitiu a possibilidade de um aumento do custo do pão,
consequência do preço dos cereais que disparou 76 por cento no último
ano e deve continuar a subir.
"Claro que se os preços (dos cereais) persistirem, é possível que haja
um impacto (no pão)", considerou, em Mirandela, à margem de uma
reunião com uma associação local de agricultores.
Numa referência quer às afirmações do secretário de Estado quer às da
presidente do Observatório dos Mercados Agrícolas em agosto sobre
potenciais aumentos, a ACIP responde que "ambas as intervenções vão no
sentido de ajudar à especulação e fazer uma inversão das tendências
naturais do mercado".
Com a ressalva de que a ACIP "não pode nem deve intervir na formação
de preços", o comunicado assinado pelo presidente da entidade, Carlos
Alberto Santos, deixou um apelo aos associados para que "não optem, no
imediato, pela medida mais fácil, ou seja, aumentar os preços", de
modo a que protejam os consumidores.
Um aumento de preços do pão "não é oportuno", por ser um bem de
primeira necessidade, apesar de a ACIP compreender a necessidade de
proceder a atualizações de valores, num contexto de dificuldades por
parte das empresas.
"Vemos como solução uma luta feroz contra a especulação dos preços dos
cereais, uma intervenção governativa que regule esses mesmos preços e
apoie os agricultores portugueses na produção nacional (não podemos
continuar a importar 90 por cento dos cereais que consumimos)",
declarou a ACIP.
7 Set 2011, 14:18h
http://www.radioocidente.pt/noticia.asp?idEdicao=158&id=22949&idSeccao=1440&Action=noticia

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