08-09-2011
A Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar decidiu ouvir as entidades
que integram o Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do
Douro e Porto sobre a «situação problemática» que se vive na região
duriense.
A audição, proposta pelos deputados do Partido Socialista (PS), foi
aprovada por unanimidade e irá decorrer nos próximos 15 dias. Os
vitivinicultores queixam-se de uma crise, agravada nesta vindima com a
redução do benefício, a quantidade de mosto que cada viticultor pode
destinar à produção de vinho do Porto em 25 mil pipas.
Os deputados consideram que o «corte no benefício vem afectar os
milhares de pequenos e médios vinicultores e todo o sector económico a
eles associado» e, por isso, dizem que é «fundamental» ouvir as
entidades que os representam no Conselho Interprofissional.
Na comissão serão então ouvidos representantes da Casa do Douro, da
União das Adegas Cooperativas da Região Demarcada do Douro (UNIDOURO),
da Associação de Viticultores Engarrafadores dos Vinhos do Porto e
Douro (AVEPOD) e da Associação de Exportadores do Vinho do Porto
(AEVP).
Rui Santos, eleito pelo círculo de Vila Real, afirmou à agência Lusa
que a situação «já muito difícil» dos vitivinicultores poderá ainda
ser agravada com a subida do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)
sobre o vinho, que está a ser estudada pelo Governo. Segundo a
comunicação social, o Executivo está a ponderar aumentar a taxa de IVA
sobre o vinho e os refrigerantes para o nível máximo de 23 por cento.
O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) vive também «tempos
conturbados» Na semana passada o presidente, Luciano Vilhena Pereira,
cessou funções por decisão ministerial, ficando a gestão corrente do
instituto público assegurada pelo seu vice-presidente, Paulo Osório.
Vilhena Pereira ocupava o cargo no instituto público desde 27 de
Outubro de 2008 e acabaria o seu mandato no próximo mês de Outubro.
Antes, o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Daniel
Campelo, já tinha afirmado não concordar com o benefício fixado pelo
Conselho Interprofissional do IVDP para esta vindima.
Em dez anos, o benefício foi reduzido em 45 por cento, de 145 mil
pipas em 2001 para as 85 mil em 2011. Nesta década, o vinho do Porto
perdeu 12 milhões de garrafas, correspondendo a uma perda de valor de
37 milhões de euros.
A agravar a situação está também a quebra «acentuada» dos preços
praticados. Em 2001, o preço médio pago à produção foi de 1.106 euros
e este ano rondará os 930 euros, menos 16 por cento
No primeiro semestre deste ano, as vendas globais de vinho do Porto
reflectiram «uma queda de 9,4 por cento face a período homólogo de
2010».
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia40924.aspx
Sem comentários:
Enviar um comentário