Nova Política, Mundo Rural Novo
Feliz Alberto Jorge
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A agricultura na região Oeste passa por uma situação bastante difícil,
a nível da sustentabilidade, renovação e inovação, uma vez que mais de
70% dos proprietários agrícolas ou agricultores tem mais de 65 anos de
idade.
A região é vitima de uma politica suicida por parte dos governos
portugueses, que conduziu à situação económica e social atual, foram
vinte anos e principalmente nos quatro, em que o ex-ministro da
agricultura, Jaime Silva, esteve a chefiar o destino da agricultura
portuguesa, negociou com UE, o abandono da terra, a aniquilação da
produção agrícola portuguesa.
O ex-ministro Jaime Silva defendeu muito bem os interesses dos grandes
produtores agrícolas de Bruxelas, eliminou do mercado global as
produções agrícolas e agro-alimentares portuguesas, potenciais
concorrentes em mercados com produtos de qualidade e transformou
Portugal, num atraente mercado consumista dos bens alimentares,
obedecendo cegamente aos interesses da França, grande financiadora dos
dinheiros comunitários.
Também tiveram de privilegiar os negócios com a Alemanha, principal
financiadora da UE, fornecedora de máquinas, equipamentos, tecnologia…
para realizarem escandalosos investimentos, de braço dado com
oportunistas derrapagens, em obras ou estudos, em autoestradas,
estádios de futebol, aeroportos, centros de saúde e escolas atualmente
desativadas, barragens sem aproveitamento público ou social da água,
subsídios agrícolas para não produzir em terrenos com maior dimensão e
capacidade técnica e económica.
Esta politica seguida pelos governantes portugueses, que muita pressa
tiveram em abrir as fronteiras à entrada dos produtos agro-alimentares
da UE e países terceiros, sem qualquer controlo sanitário e económico,
criou na atualidade a necessidade de Portugal, gastar três milhões de
euros, na importação de bens alimentares básicos, quando os cidadãos
do meio rural, são obrigados a abandonar as terras, e as gerações mais
novas as aldeias e migrar ou emigrar para outras paragens, porque as
saídas profissionais na agricultura ou meio rural não tem presente nem
futuro, devido aos preços praticados, à produção e aos custos dos
factores de produção…
A agricultura na região Oeste tem potencial para criar empregos
diretos e indiretos, através do aumento das produções tradicionais,
frutas, hortícolas e vinho, ambas de excelente qualidade, reconhecida
nos mercados internos e externos, através do aproveitamento dos
micro-climas regionais, verdadeiras estufas naturais, e das terras
abandonadas, aumentando as áreas de produção e criando oportunidades
de instalação e fixação de novas empresas agrícolas e agroalimentares
com dimensão económica ou de agrupamento de pequenas e medias
empresas, motivando para se fixarem no meio rural jovens empresários e
desempregados em reconversão profissional…
Mas para tal é preciso que o atual governo português implemente
politicas que motivem o regresso à terra, de modo que as pessoas
troquem os serviços e a agitação da vida e falta de empregos na
cidade, pela serenidade da vida no meio rural, através da renegociação
junto da União Europeia do destino dos fundos comunitários, para
prevenir erros de um passado recente, em que foram destinados a obras
públicas e privadas mal planeadas, sem assegurarem a sustentabilidade
das estruturas de produção agrícola.
Os governantes portugueses liquidaram a agricultura portuguesa, com a
implementação de subsídios de arranque de vinhas, pomares, redução de
quotas leiteiras… liberalizaram as importações, estrangularam os
preços na produção, desregularam os preços nos mercados grossistas e
retalhistas, retiraram os subsídios à produção agrícola, proteção
integrada, electricidade verde, exportação, projetos de investimento
agrícola e desenvolvimento rural… uns desconhecendo, outros fazendo
orelhas moucas, omitiram a importância que os bens alimentares
produzidos em território lusíada tem nos empregos diretos e indiretos,
nas economias locais, regionais e nacional…
Numa estratégia de liquidação da produção agrícola portuguesa, em
particular da sub-região Oeste, que assenta numa estrutura fundiária
de pequenas parcelas e grande densidade demográfica, mas com uma
produção intensiva de produtos agrícolas de qualidade, indispensáveis
ao cabaz alimentar dos portugueses e à empregabilidade regional.
Retiraram os apoios a cooperativas e associações de agricultores, que
tiveram de despedir técnicos e acabar com o apoio técnico aos
agricultores, deixando-os sem orientações técnicas, uma vez que o
Ministério da Agricultura encerrou os serviços de extensão rural e
abandonou os agricultores à sua sorte.
Em Portugal, como a maioria dos ordenados são baixos, 15% do
rendimento dos cidadãos são consumidos na alimentação, o que obriga os
agricultores a venderem os seus produtos a preços igualmente baixos.
Portanto, em Portugal, algo terá de mudar, ou a alimentação passa para
30% do rendimento dos cidadãos, e o governo estabelece uma estratégia
de planeamento de deslocalização demográfica para o Mundo Rural, com
redução de despesas, através de políticas de proximidade, de escolas,
emprego, desporto, cultura, saúde, preservação ambiental, economia dos
recursos fosseis e energéticos… criando uma âncora financeira de
reestruturação geral, no PRODER, Rede Rural sustentada por uma nova
filosofia de conhecimento e planeamento. Com menos poderemos ter mais
qualidade de vida.
Como há poucos indícios de que os ordenados da grande maioria dos
cidadãos não vão ter aumentos significativos, terá de haver subsídios
à produção, Bancos de Terra locais, para criarem Ninhos de Empresas
agrícolas e agro-alimentares (cooperativas ou agrupamentos de
produtores)… há que produzir para comer, evitando a saída de divisas
que não existem, respeitando produtores e consumidores, com o governo
a planear instrumentos legislativos para, em cooperação com os agentes
económicos e profissionais sectoriais, regularem as importações e os
mercados, o nível dos pagamentos aos produtores agrícolas, inflação e
stocks sazonais.
http://www.oesteonline.pt/noticias/noticia.asp?nid=23611
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