sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Bom tempo ajuda a aumentar produtividade das vinhas


ANA RUTE SILVA 19/08/2015 - 12:48

INE aponta previsões de crescimento global de 8% este ano na uva para vinho, mas regiões como Alentejo contrariam tendência.

 
Uvas cresceram sem problemas nas principais regiões produtoras ADRIANO MIRANDA

O tempo quente e seco deverá ajudar os produtores a ter mais uvas para a produção de vinho este ano. As previsões agrícolas do INE, divulgadas nesta quarta-feira, apontam para um aumento global de produtividade de 8% em comparação com 2014. Contudo, há excepções.

Na Península de Setúbal a estimativa do instituto de estatísticas é de uma queda de 10%, enquanto nas regiões do Tejo e Alentejo a produtividade deverá manter-se em comparação com a campanha anterior.

Na maioria das principais regiões, não se registaram problemas fitossanitários e, com vento moderado e pouca chuva nas fases da floração e alimpa (determinantes para o bom rendimento das vinhas), as uvas vingaram sem problemas, aponta o INE. As vindimas deste ano deverão resultar numa produção de vinho "de boa qualidade". Para a uva de mesa também há perspectivas de um crescimento de 10% na produção.

No milho, um dos cereais mais semeados em Portugal, os números não são positivos. A área de milho para grão de regadio diminuiu 10% em comparação com 2014 e deverá ficar abaixo dos 90 mil hectares. Isto significa um recuo para níveis de 2011. A volatilidade dos preços desta matéria-prima, usada para a alimentação animal, humana ou na produção de bioetanol e biogás, por exemplo, contribuiu para esta queda. Em Maio a redução do preço corrente foi de 23% em comparação com o mesmo mês do ano passado, indica o INE. As medidas de greening que obrigam à diversificação de culturas (inscritas na Política Agrícola Comum 2014-2010) também foram responsáveis por esta queda.

Mais maçãs, menos pêras
O boletim do INE detalha ainda a produção de maçãs deverá crescer 20%, depois de uma "floração abundante". Mas com as macieiras carregadas de fruta, os tamanhos (calibre) das maçãs deverão ser mais pequenos o que, em termos comerciais, desvaloriza o valor.

Enquanto a produtividade das maçãs cresce, a das peras deverá cair 20%. Apesar das temperaturas elevadas que ajudam a desenvolver os frutos, os ventos fortes "conduziram à queda abundante dos frutos logo após o seu vingamento".

No sector do tomate, já arrancou a colheita para a indústria onde há "abundância de frutos" e ausência de "problemas fitossanitários". Contudo, há dificuldades das fábricas de transformação em receber as elevadas quantidades de tomate, não só por se ter antecipado o início da colheita, mas também porque no final de Julho uma das unidades fabris ainda não tinha começado a laborar.

Sem comentários:

Enviar um comentário