quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Biocombustíveis e especulação contribuem para fome, diz estudo

Atualizado em 11 de outubro, 2011 - 15:31 (Brasília) 18:31 GMT

Volatilidade dos preços de alimentos atinge duramente os mais pobres
Fatores causados pelo homem, como o uso da agricultura para
biocombustíveis e a especulação no preço de alimentos, são
determinantes para a fome nas partes mais pobres do mundo, segundo
relatório divulgado nesta terça-feira pelo centro de pesquisas sediado
nos EUA International Food Policy Research Institute.
O estudo diz que a volatilidade nos preços dos alimentos afetou
bastante os mais pobres, que não conseguiram se adaptar às mudanças.
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Fome, Internacional
A volatilidade seria causada por três fatores principais: o uso de
alimentos para a produção de biocombustíveis, eventos meteorológicos
extremos e mudanças climáticas, além do o aumento das transações
envolvendo produtos agrícolas nos mercados financeiros.
A situação seria agravada por uma diminuição nas reservas mundiais de
grãos e por uma dependência dos poucos exportadores de alimentos.
Outro complicador seria a falta de informações disponíveis que evitem
reações intempestivas nos mercados quando ocorram variações menores na
oferta de alimentos.
Além de reduzir o consumo de calorias entre os mais pobres, a alta de
preços leva à escolha de alimentos menos nutritivos, contribuindo para
a desnutrição.
Os pesquisadores sugerem a criação de mecanismos de proteção aos mais
vulneráveis, além da revisão das políticas de biocombustíveis,
regulação das atividades financeiras sobre alimentos e uma melhor
adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.
Índice
O estudo afirma que o chamado Índice Global da Fome (ou GHI, na sigla
em inglês) de 2011 vem diminuindo, mas lentamente e permanece em um
nível considerado "sério".
O GHI varia bastante entre as regiões do mundo, com os mais altos
ocorrendo na África Subsaariana e partes da Ásia. O estudo afirma que
26 países apresentam níveis alarmantes ou extremamente alarmantes.
Entre os seis países em que a fome piorou no documento deste ano, os
pesquisadores destacam a situação da República Democrática do Congo,
que registrou aumento de 63% do GHI devido ao conflito interno do país
e instabilidade política.
Os países que mais progresso realizaram entre 1990 e 2011 foram
Angola, Bangladesh, Etiópia, Moçambique, Nicarágua, Níger e Vietnã.
O estudo não computou os efeitos da crise no preço dos alimentos
ocorrida entre 2010-11, nem a fome deste ano no chifre da África.
Na segunda-feira, a ONU afirmou que os preços de alimentos devem
continuar altos e talvez até aumentar, levando a mais insegurança
alimentar ao redor do mundo.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/10/111011_fome_estudo_rc.shtml

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