Hoje às 18:56
O eurodeputado socialista Capoulas Santos manifestou preocupação com
algumas das medidas que fazem parte do pacote de propostas de reforma
da Política Agrícola Comum (PAC) da Comissão Europeia, apresentado
esta quarta-feira.
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João Francisco Guerreiro, correspondente da TSF em Bruxelas, ouviu os
alertas de Capoulas Santos
Bruxelas quer premiar a produção agrícola mais amiga do ambiente e
introduzir um novo modelo de pagamento de ajudas directas.
O eurodeputado socialista Capoulas Santos, relator de duas das
principais partes da PAC, considerou «a proposta uma boa base de
trabalho», mas alertou que fica aquém da expectativa.
Com a proposta da Comissão, os subsídios europeus aos agricultores
portugueses vão aproximar-se da média comunitária, algo que o
socialista considera positivo.
«Se as propostas da Comissão fossem aprovadas, Portugal até 2020
passaria de 66 ou 67 por cento da média comunitária para 73 ou 74. A
este ritmo de convergência só num universo de 40 ou 50 anos é que
Portugal atingiria a média europeia, o que é completamente
inaceitável», disse.
O eurodeputado detecta insuficiências no entendimento do executivo
comunitário, nomeadamente quanto ao novo conceito introduzido na
proposta que contempla todos aqueles que tenham pelo menos cinco por
cento do rendimento proveniente da agricultura.
A este propósito defendeu que «um agricultor activo que recebe
dinheiros públicos pela sua actividade deve ter uma participação muito
maior na actividade agrícola», ou seja, «devem ser subsidiados aqueles
que são verdadeiramente agricultores».
Uma das ideias que Capoulas Santos não aceita é o fim dos apoios ao
investimento em novos regadios, pela consequência que tem para
Portugal, bem como em todo o sul da Europa.
«Será fatal», porque em Portugal, região «cada vez mais ameaçada pela
desertificação, muitas culturas não serão competitivas», alertou.
Pela primeira vez, o Parlamento Europeu tem poderes de decisão na PAC
e o eurodeputado espera um longo processo negocial que só deverá estar
concluído no primeiro trimestre de 2013.
A PAC representa actualmente 40 por cento do orçamento da UE.
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2052282&page=-1
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