quinta-feira, 14 de março de 2013

APA. Alterações climáticas já levam sectores a aplicar medidas de adaptação

Por Agência Lusa, publicado em 14 Mar 2013 - 16:32 | Actualizado há 2
horas 43 minutos


Vários setores portugueses já aplicam medidas de adaptação às
alterações climáticas, como proteção de zonas costeiras, reforço da
capacidade das barragens, mudança de práticas agrícolas e florestais,
podendo receber apoios, disse hoje um responsável da Agência
Portuguesa do Ambiente.

As mudanças do clima, com a maior frequência de eventos extremos, como
elevada precipitação ou períodos maiores de seca, afetam mais alguns
setores, como a agricultura e florestas, a produção de energia ou o
abastecimento de água, que "sentem necessidade de ter iniciativas de
adaptação, mesmo independentemente da estratégia nacional", disse José
Paulino, responsável pela coordenação da área das alterações
climáticas na Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

José Paulino falava aos jornalistas à margem do encontro "Alterações
Climáticas - Escassez de Água e Eficiências Energética e Hídrica no
Ciclo Urbano da Água" que hoje decorre em Lisboa.

"As intervenções nas zonas costeiras e sobre os recursos hídricos são
já fruto de uma reflexão sobre as consequências das alterações
climáticas", que levam à erosão e à subida do nível do mar,
exemplificou.

Os planos de utilização eficiente de água "são uma forma de tentar
combater a escassez", enquanto o reforço da capacidade de produção de
energia é feito através das barragens, "a pensar que no futuro poderá
haver menos água disponível", explicou o técnico da APA.

Na agricultura, as práticas de gestão começam a procurar integrar
técnicas mais adequadas, nomeadamente no regadio, e na floresta
tenta-se optar por espécies com mais resiliência para prevenir
incêndios, acrescentou.

As entidades públicas e privadas das várias áreas de atividade podem
concorrer a fundos de apoio à realização de projetos, no sentido da
adaptação ou mitigação (redução) das mudanças do clima, através do
programa AdaPT, concurso que deverá ser lançado no segundo trimestre.

O AdaPT, apresentado por José Paulino no encontro de hoje, espera a
aprovação formal de Bruxelas. Tem cerca de 3,5 milhões de euros, dos
quais três milhões, provenientes de países dadores (Noruega, Islândia
e Liechtenstein) e o restante, de fundos nacionais, para se
concretizar até 2016.

O programa envolve a criação de um sítio de internet com informação
sobre adaptação às alterações climáticas (com 400 mil euros), já em
preparação, iniciativas visando a capacitação das autarquias para
enfrentar as mudanças do clima (1,5 milhões de euros), propostas de
educação escolar, com formação de professores e um prémio para
trabalhos de alunos sobre o tema, e projetos setoriais.

Nas propostas setoriais, a APA dará preferência a áreas "mais
transversais", como a água ou a energia.

O AdaPT integra a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações
Climáticas, que está a fazer o levantamento do que existe nesta
vertente, tanto ao nível do conhecimento adquirido, como de projetos
já a decorrer, e em que setores decorrem ou virão a decorrer, "para
melhor definir a atuação no terreno e as necessidades de
financiamento", referiu José Paulino.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

http://www.ionline.pt/portugal/apa-alteracoes-climaticas-ja-levam-sectores-aplicar-medidas-adaptacao

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