Por Agência Lusa, publicado em 12 Mar 2013 - 17:22 | Actualizado há 21
minutos 56 segundos
O presidente executivo da Unicer, empresa que comercializa a cerveja
Super Bock, afirmou hoje que as exportações não vão salvar as empresas
e apelou às "pessoas que estão a construir o processo de ajustamento"
que se aproximem da economia real.
"Os políticos que não se convençam que as exportações vão salvar as
empresas. É tempo de as pessoas que estão a construir este processo de
ajustamento terem um discurso e uma prática mais próximos da economia
real", avisou António Pires de Lima durante um debate no fórum 'Brinde
à Cerveja'.
Pires de Lima, que é também presidente da Associação Portuguesa de
Produtores de Cerveja (APCV), sublinhou ainda que "este processo de
ajustamento" de que resultaram "quedas tão agressivas no consumo
interno, não é bom para a economia e não é bom para a
internacionalização das empresas".
O responsável da Unicer frisou que "há o risco de pensar que as
exportações só por si vão salvar as empresas", mas lembrou que "isso é
apenas um motor" das empresas, acrescentando que "o outro motor está
parado", o que é "desequilibrado" do ponto de vista empresarial.
"Estamos a chegar ao limite do que é possível para manter as nossas
atividades rentáveis", reforçou o empresário.
O setor da cerveja foi particularmente afetado pela retração do
consumo interno, regredindo 11%, até aos níveis da década de 80, sendo
a queda ainda mais acentuada no canal HORECA (hotelaria, cafetaria e
restauração), no qual o recuo foi de 16%.
Pires de Lima salientou que, em 2012, desapareceram 10 mil pontos de
venda do consumo HORECA, estimando que este ano possam desaparecer
mais dez mil.
Os produtores de cerveja conseguiram aumentar as exportações em 20% no
ano passado, mas António Pires de Lima assinalou que "a imaginação
para criar barreiras" subsiste em vários países como o Brasil,
considerando "um trabalho hercúleo" colocar cerveja em São Paulo ou no
Rio de Janeiro, mas também na Venezuela para onde não é possível
exportar porque não existem linhas de financiamento.
Já Angola, "comparativamente a outros países, tem sido um país muito
amigo das exportações portuguesas".
http://www.ionline.pt/dinheiro/pires-lima-exportacoes-nao-vao-salvar-empresas
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