Acusação parte de Capoulas Santos, que diz que informação avançada por
Passos Coelho (perda de 600 milhões de euros em fundos europeus) não
corresponde à realidade.
Daniel do Rosário
14:42 Terça feira, 12 de março de 2013 Última atualização há 17 minutos
Alberto Frias Capoulas Santos diz que Portugal vai perder para a
agricultura no próximo orçamento europeu o dobro do anunciado pelo
primeiro-ministro
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Capoulas Santos considera que o dinheiro que Portugal vai perder para
a agricultura no próximo orçamento europeu é o dobro do anunciado pelo
primeiro-ministro quando, no início de fevereiro, os 27 chegaram a
acordo sobre o orçamento plurianual da União Europeia (UE).
Em Estrasburgo, à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu
(PE), o eurodeputado socialista recordou que "o primeiro-ministro
disse que Portugal tinha perdido 7,5% de um envelope de 8,1 mil
milhões de euros", acrescentando que "isto dá cerca de 600 milhões".
Mas para o ex-ministro da Agricultura a realidade é outra: "A minha
convicção é que as perdas poderão ser qualquer coisa como o dobro
dessa verba".
"Não estou a dizer que o primeiro-ministro mentiu, (...) ele divulgou
os dados que quis divulgar, agora eu estou convencido que ele não pode
deixar de ter outros dados", acrescenta Capoulas Santos.
O relator do Parlamento Europeu para a reforma da Política Agrícola
Comum (PAC) sustenta as suas alegações no facto de os envelopes
nacionais negociados por cada país para a agricultura, no âmbito do
acordo sobre o orçamento da União Europeia para os anos entre 2014 e
2020, "continuarem a ser escondidos dos deputados": "Descobri ontem,
por exemplo, que na decisão do Conselho as verbas para o algodão e o
POSEI terem sido incluídas no primeiro pilar, se assim foi isso
significa para Portugal menos 400 milhões de euros do que o que foi
anunciado pelo primeiro-ministro".
Capoulas Santos considera ainda que os números anunciados por Passos
Coelho a 8 de fevereiro "não são passíveis de ser comparados" com as
propostas do PE e da Comissão Europeia, uma vez que estas são feitas a
preços correntes, enquanto a de Passos Coelho assenta em valores
constantes, "o que faz uma diferença muitíssimo significativa".
"Suspeito cada Estado-membro negociou caso a caso com o senhor Rompuy
(presidente do Conselho Europeu), sem que nenhum conheça os números
atribuídos aos demais", atira Capoulas, que conclui que "resta saber
quem foram os ganhadores e os perdedores" desta negociação.
No final do Conselho Europeu em que os 27 chegaram a um acordo
político sobre o orçamento plurianual da União, Passos Coelho anunciou
que as verbas destinadas a Portugal no âmbito da PAC diminuirão em
7,6% em relação ao atual quadro financeiro (2007-2013), enquanto as
perdas na política de coesão são de 10,5%. Uma perda global de 9,7%,
que o Governo considerou ser aceitável.
http://expresso.sapo.pt/portugal-perdeu-na-agricultura-o-dobro-do-anunciado-pelo-governo=f792976
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