5 de Março, 2013
As análises pedidas pela DECO sobre a presença do anti-inflamatório fenilbutazona nos produtos detectados com vestígios de cavalo deverão estar prontas dentro de duas a três semanas, disse hoje uma dos responsáveis da associação.
A associação portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO) foi hoje ouvida na comissão de Agricultura e Mar, no parlamento, no âmbito de um requerimento do grupo parlamentar do PCP, aprovado por unanimidade.
Durante a audição, a DECO apontou o estudo, divulgado na segunda-feira, onde foram detectados três produtos com ADN de cavalo.
"Detectámos vestígios inferiores a 1% em hambúrgueres da Auchan e almôndegas do Polegar. Já na lasanha do El Corte Inglês a presença de ADN era superior: entre 1% e 5%", refere o estudo da DECO.
"Foram trinta amostras só na região de Lisboa. O problema é saber se podemos sossegar em termos de saúde pública", afirmou a responsável da DECO Sílvia Machado, durante a audição.
"Ainda não temos os resultados do anti-inflamatório que é dado aos cavalos de desporto, teremos resultados dentro de duas a três semanas", adiantou.
No final da audição, Sílvia Machado esclareceu que as "análises de detecção do ADN [de cavalo] foi feito em Portugal", mas as de fenilbutazona estão a ser feitos fora do país, mas a responsável escusou-se a adiantar o local.
"A escolha do laboratório é critério da DECO" e as análises, que visam identificar presença daquele anti-inflamatório, não estão a ser feitas em Portugal "porque não identificámos nenhum laboratório que o fizesse", acrescentou.
Sílvia Machado apenas confirmou que o laboratório fica na União Europeia.
A responsável da DECO explicou que comer carne de cavalo até "é nutritivo", mas resta saber "que cavalo entrou neste circuito": "se for normal seguiu as inspecções normais", tal como acontece com os bovinos ou suínos, caso tenha sido um animal de corridas, pode haver a presença de anti-inflamatórios.
Caso não se detecte vestígios de fenilbutazona, é sinal que se trata apenas de fraude económica, caso contrário, poderá tratar-se de um caso de saúde pública, pelo que a responsável disse que o melhor é aguardar os resultados.
Questionada sobre se a ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica está a fazer o mesmo tipo de análises, Sílvia Machado disse achar que sim.
"Acho que [a ASAE] está a fazer detecção do ADN do cavalo e também o controlo de fenilbutazona. O importante é que depois de estar na posse dos dados os transmita de forma transparente, que é isso que os consumidores neste querem".
Defendeu ainda que a ASAE deveria ser mais proactiva na comunicação, no âmbito do caso da carne de equídeo em produtos rotulados como sendo de bovino, considerando que esta deveria divulgar as marcas e as entidades fiscalizadas, em vez de avançar com dados vagos.
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=69393
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