Por Agência Lusa, publicado em 4 Mar 2013 - 20:41 | Actualizado há 3
horas 20 minutos
O grupo de hipermercados Auchan, dono do Jumbo, esclareceu hoje que os
produtos detetados com ADN de cavalo pela DECO fora retirados de venda
a 22 de fevereiro.
A DECO - associação para a Defesa dos Consumidores encontrou ADN de
cavalo em hamburgueres e almôndegas comercializados pela Auchan e pelo
El Corte Inglés, mas numa visita a estas lojas efetuada depois da
receção dos dados laboratoriais a associação já não encontrou estes
produtos.
"Estes produtos não se encontram à venda desde o passado dia 22 de
fevereiro, pois a Auchan tinha identificado vestígios de carne de
cavalo (inferior a 1%) e, de imediato, dado indicação de retirada de
venda não só desses produtos, mas também, como medida preventiva, de
todos os produtos do fabricante em causa", adiantou à Lusa fonte
oficial.
"A Auchan Portugal Hipermercados, na sequência dos desenvolvimentos
recentes, a nível europeu, envolvendo produtos contendo carne de
cavalo, informa que implementou um programa de análises aos seus
produtos, de forma a ter toda a informação possível sobre esta
matéria", referiu a fonte.
A Auchan Portugal "reafirma a sua determinação em acompanhar a
situação, defendendo assim os superiores interesses dos seus
clientes", adiantando que já tinha tomado conhecimento das análises
feitas pela DECO.
A Lusa contactou também o El Corte Inglés, mas ainda não obteve
qualquer resposta.
A DECO pediu análises laboratoriais a trinta amostras de hambúrgueres,
canelones, almôndegas e lasanhas e encontrou ADN de cavalo em três
delas. Nos hambúrgueres da Auchan e almôndegas Polegar (comecializadas
pela Auchan) foram detetados vestígios inferiores a 1%, enquanto na
lasanha do El Corte Inglés a presença de ADN de cavalo era de 1 e 5%.
A DECO adianta que voltou às lojas após saber os resultados e já não
encontrou estes produtos, mas sublinha que a dimensão da fraude é
"muito mais alargada do que se poderia pensar quando os primeiros
contornos começaram a ser desvendados no Reino Unido, em janeiro".
A DECO reclama mais "transparência e rótulos com a origem da carne
utilizada nos alimentos processados" e recomenda o reforço da
fiscalização.
"Até ao momento, não há provas de que a carne de cavalo detetada
represente um risco para o consumidor. Mas é inaceitável que a sua
incorporação nos alimentos não seja indicada no rótulo", refere a
associação, salientando que estes factos "põem em risco a confiança
dos consumidores".
A DECO alerta ainda para o número crescente de intermediários e
fornecedores na cadeia alimentar, o que "dificulta que as autoridades
consigam descortinar os meandros da teia de relações".
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
http://www.ionline.pt/portugal/carne-cavalo-auchan-diz-produtos-foram-retirados-venda-22-fevereiro
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