Publicado hoje às 06:55
A associação de defesa do consumidor DECO vai hoje à comissão
parlamentar de Agricultura para esclarecer os deputados sobre a
polémica da carne de cavalo, naquela que é a primeira de um conjunto
de audições pedidas pelo PCP.
A ASAE e o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária são outras
das entidades que serão inquiridas sobre a alegada fraude em produtos
processados que continham carne de cavalo, mas eram vendidos como
sendo de vaca.
De acordo com o requerimento do PCP, o Governo, um ex-dirigente da
ASAE e o Sistema Comunitário de Alerta Rápido para a Alimentação têm
dado informações contraditórias, «em que tão depressa» é dito que não
se conhecem quaisquer produtos contendo carne diferente do rotulado,
como a União Europeia alerta para que Portugal foi recetor de produtos
alimentares contendo carne de cavalo.
No requerimento, o PCP alerta ainda para a necessidade da marcação
urgente da audição com o secretário de Estado da Alimentação e
Investigação Agroalimentar, requerida pelos comunistas e que foi
aprovada em dezembro, a propósito dos atrasos no pagamento às
associações de produtores pecuários dos valores referentes à sanidade
animal.
«Por detrás de uma fraude económica pode descobrir-se um grave
problema de saúde pública e o Governo deve prestar esclarecimentos
sobre esses assuntos», refere o PCP.
A DECO vai ser representada por Sílvia Machado, Nuno Dias e pelo
presidente, Jorge Morgado.
Na segunda-feira, a DECO anunciou que encontrou ADN de cavalo em
hambúrgueres e almôndegas comercializados pela Auchan e pelo El Corte
Inglés, mas numa visita a estas lojas efetuada depois da receção dos
dados laboratoriais a associação já não encontrou estes produtos.
O grupo de hipermercados Auchan, dono do Jumbo, esclareceu entretanto
que os produtos detetados com ADN de cavalo pela DECO foram retirados
de venda a 22 de fevereiro.
A DECO pediu análises laboratoriais a trinta amostras de hambúrgueres,
canelones, almôndegas e lasanhas e encontrou ADN de cavalo em três
delas. Nos hambúrgueres da Auchan e almôndegas Polegar
(comercializadas pela Auchan) foram detetados vestígios inferiores a
1%, enquanto na lasanha do El Corte Inglés a presença de ADN era de 1
e 5%.
A DECO adianta que voltou às lojas após saber os resultados e já não
encontrou estes produtos, mas sublinha que a dimensão da fraude é
«muito mais alargada do que se poderia pensar quando os primeiros
contornos começaram a ser desvendados no Reino Unido, em janeiro».
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=3088461&utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook&page=-1
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