sexta-feira, 8 de março de 2013

Falta de garantias de segurança da indústria alimentar é preocupante, diz Mário Durval



7 de Março, 2013
O especialista em saúde pública Mário Durval manifestou-se hoje preocupado com a aparente facilidade com que se introduzem produtos sem garantias de segurança na indústria alimentar.
Hoje, a associação de defesa do consumidor Deco anunciou ter detectado vestígios de medicamentos anti-inflamatórios na carne de cavalo encontrada em produtos alimentares à venda em Portugal.

"O que esta sucessão de acontecimentos em torno das carnes processadas nos mostra é que nós não temos a garantia de que não se processem na indústria produtos que não estão dentro das normas adequadas para o consumo humano", afirmou à agência Lusa Mário Durval.

Para o médico, é mais preocupante a "facilidade com que se colocam produtos não garantidos na indústria alimentar", do que terem sido detectados vestígios de anti-inflamatório em carne à venda em Portugal.

O especialista explicou que a presença residual do anti-inflamatório na carne não terá grandes impactos imediatos na saúde dos consumidores: "Isto são situações residuais e ninguém vai morrer por ter consumido carne com resíduos de fenilbutazona".

"Mas quem é que me garante que não põem outra porcaria qualquer com risco imediato? Em princípio, essas grandes indústrias e as grandes marcas são certificadas, mas têm aparecido todas com problemas", questionou.

Mário Durval considera, assim, preocupante que o controlo que existe na produção industrial não defenda os consumidores de "vigaristas" ou "desonestos" que introduzem matéria-prima sem garantias.

"Surgem indústrias de grandes dimensões que supostamente têm certificações e sistemas de controlo de qualidade, e depois deparamo-nos com a vigarice na matéria-prima. Nada nos preserva de haver vigaristas e, em segundo lugar, nada nos garante, face ao que vemos, que isto não seja uma coisa de uma dimensão pelo menos europeia ou mesmo mundial", afirmou.

Segundo a Deco, o "anti-inflamatório fenilbutazona foi detectado nas amostras de hambúrguer Auchan e nas almôndegas Polegar, que, numa primeira análise, tinham acusado presença de ADN de cavalo".

A presença destes medicamentos na carne para consumo humano é ilegal.

Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=69537

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