sexta-feira, 1 de março de 2013

A urgência da rastreabilidade na cadeia alimentar

Os códigos de barras são fundamentais para rastrear a origem e
processos dos produtos, garante João de Castro Guimarães


Carne picada
D.R.
28/02/2013 | 15:24 | Dinheiro Vivo
A adulteração não intencional ou fraudulenta de produtos alimentares e
não alimentares, frescos ou processados, de origem vegetal, animal ou
química, não é um assunto novo. É importante, reincidente e não pode –
nem deve – ser negligenciado.
Acima de tudo, pela segurança dos consumidores. Contudo, a sucessão de
casos, como o mais recente sobre a carne de cavalo, comprova uma
realidade nova e muito positiva para todos: a capacidade de detetar e
resolver situações anómalas, se necessário retirando automaticamente
produtos adulterados ou defeituosos do mercado, de forma simples e
célere. A palavra a reter é apenas uma: rastreabilidade.
Rastreabilidade de produtos e bens alimentares – mas não só.
A adoção de sistemas de codificação normalizados e universais permite,
de facto, assegurar a visibilidade e a rastreabilidade de e em toda a
cadeia de valor do consumo, quer estejamos a falar da matéria-prima ou
de um produto já processado, de uma palete com pepinos ou rebentos de
soja, de uma embalagem de carne ou de uma caixa de medicamentos. As
soluções e as tecnologias atualmente disponíveis permitem detetar,
automática e definitivamente, um problema e resolvê-lo em tempo útil.
Ao permitir a identificação, captura e partilha de toda a informação
relevante sobre determinado produto (origem, condições de produção ou
prazo de validade), através da simples leitura ótica de um código de
barras, em qualquer fase do processo, a codificação única, inequívoca
e universal – em Portugal, com o prefixo 560 – assegura uma gestão
mais eficiente de recursos e controlos de qualidade cada vez mais
apertados e rigorosos. Num setor que, a nível mundial, envolve um
consumo combinado de 3,2 milhões de milhões de dólares, este é um
elemento essencial. Uma linguagem comum.
Acima de tudo, parece-me necessário e urgente que os diversos
intervenientes (produtores, distribuidores, autoridades e fornecedores
de soluções de codificação) se sentem à mesma mesa e estudem as
alternativas disponíveis. Exige-se, igualmente, que as autoridades,
nacionais e europeias, criem o enquadramento legal e jurídico
adequado, para que os múltiplos agentes ao longo de toda a cadeia de
valor se apercebam das múltiplas vantagens decorrentes da adesão. É
fácil encontrar bodes expiatórios e deixar os problemas por resolver.
Porém, os consumidores merecem mais. Merecem confiança e segurança.
João de Castro Guimarães é Diretor-Executivo da GS1 Portugal

http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO109070.html?page=0

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