PEDRO CRISÓSTOMO 26/02/2013 - 15:45
Comissão Europeia verificou a aplicação de fundos da PAC. A incidência
financeira da devolução de fundos é de 393 milhões.
ENRIC VIVES-RUBIO
A Comissão Europeia reclama junto de 22 Estados-membros a devolução de
414 milhões de euros de fundos gastos indevidamente no quadro do
financiamento da Política Agrícola Comum (PAC). Em causa estão
recursos cuja utilização não cumpre as regras europeias. Portugal não
faz parte da lista de países visados nesta terça-feira pelo executivo
comunitário.
O procedimento de apuramento da conformidade – um instrumento de
controlo das despesas decorrentes da PAC – permite que sejam
recuperados montantes entregues aos Estados-membros quando a
legislação europeia não é cumprida ou quando "os sistemas de gestão e
de controlo do Estado-membro em causa apresentam lacunas". A decisão
abrange a Bélgica, a Bulgária, a República Checa, a Dinamarca, a
Alemanha, a Irlanda, a Grécia, a Espanha, a França, a Itália, Chipre,
a Lituânia, a Hungria, Malta, a Holanda, a Polónia, a Roménia, a
Eslovénia, a Eslováquia, a Finlândia, a Suécia e o Reino Unido.
Mais de um quarto do montante é reclamado ao Reino Unido (111,7
milhões de euros), nomeadamente por "deficiências nos sistemas de
identificação de parcelas e de informação geográfica". Seguem-se a
Itália e a Espanha com as principais correcções. No primeiro caso, são
reclamados 48,3 milhões de euros, por exemplo, por infracções no
controlo de gestão e aplicação incorrecta de sanções, e 17,9 milhões
por insuficiência no sistema de controlo de fruta e legumes.
Ao todo, são 414 milhões de euros, mas a incidência financeira da
decisão de Bruxelas baixa para 393 milhões, uma vez que, formalmente,
alguns destes montantes "foram já recuperados" junto dos
Estados-membros. Isso mesmo acontece em relação, por exemplo, aos
111,7 milhões de euros que dizem respeito ao Reino Unido, em que a
incidência financeira da correcção é de 99,4 milhões.
Aos Estados-membros cabe a responsabilidade, no quadro da PAC, de
executar os pagamentos e recuperar os montantes utilizados
indevidamente no quadro do Fundo Europeu Agrícola de Garantia (FEAGA)
e do Fundo Europeu Agrícola para o Desenvolvimento Rural (Feader).
Bruxelas acciona anualmente este procedimento, podendo recuperar
determinados montantes quando as auditorias mostram que "a gestão e o
controlo pelo Estado-membro são insuficientes para garantir que os
fundos da UE são aplicados correctamente".
http://www.publico.pt/economia/noticia/bruxelas-reclama-414-milhoes-por-despesas-agricolas-irregulares-em-22-paises-1585854
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