segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Como evitar transgénicos nas compras em hipermercados?

Plataforma Transgénicos Fora


Analisada presença de OGM nos hipermercados portugueses


Os dez maiores hipermercados portugueses foram visitados em Lisboa e
no Porto e avaliados quanto ao risco a que expõem os seus clientes no
tocante aos alimentos transgénicos: os resultados demonstram grandes
diferenças que podem ajudar os portugueses a decidir onde fazer as
suas compras.

Na prática apenas um hipermercado - o Minipreço - preencheu todos os
requisitos da avaliação realizada, ficando por isso em primeiro lugar
no total de garantias oferecidas a quem o visita.

Isto significa, entre outros, que, na altura e nas lojas em que foi
visitado, não vendia qualquer marca de óleo com soja transgénica,
incluindo na sua marca própria. Além disso tem definida e implementada
uma política explícita de exclusão de transgénicos em toda a sua gama
minipreço.

Os segundos classificados - o Jumbo e o El Corte Inglés (ex-aequo) -
tiveram menos dois pontos porque não protegem completamente os seus
clientes: muito embora excluam os transgénicos da sua linha própria
estão a vender outras marcas que usam transgénicos.

O Aldi e o Froiz ocupam o 4º lugar com menos dois pontos porque, ao
contrário dos referidos, não responderam à carta registada da
Plataforma a questionar sobre a sua política relativa ao uso de
transgénicos nos seus produtos de marca própria.

Em 6º lugar ficou o Lidl, que se distingue dos anteriores por permitir
soja transgénica no óleo alimentar mais barato que tem à venda.

Nos últimos lugares temos o Continente e o Pingo Doce, que ficaram
empatados em 7ª posição, seguidos pelo E. Leclerc (9º) e finalmente o
Intermarché em último lugar. Nesta grande superfície revelou-se a
discrepância entre uma política anunciada de exclusão de transgénicos
e a sua presença efetiva nos produtos de marca própria. Esta empresa
explicou à Plataforma Transgénicos Fora que estava ainda a esgotar
stocks existentes, reconhecendo a incoerência
(embora temporária).

Vale a pena referir que quem pretender evitar adquirir
inadvertidamente alimentos que contenham produtos transgénicos pode
abastecer-se com produtos certificados de agricultura biológica, em
especial nas cooperativas e lojas especializadas nesses produtos.

Note-se que a AMI, que comercializa a marca solidária SOS - Pobreza a
qual inclui óleo com soja geneticamente modificada, anunciou, na
sequência de um contacto da Plataforma Transgénicos Fora, que tinha
decidido deixar de o comercializar por forma a proteger os
consumidores e o ambiente contra a exposição à soja transgénica. Uma
decisão equivalente deve agora ser tomada por todos os hipermercados
que operam no território nacional de modo a eliminar das suas
prateleiras todas as marcas que incluem soja transgénica e assim optar
firmemente pela segurança alimentar de todos.

Esta decisão impõe-se ainda mais agora que foi publicado o primeiro
estudo toxicológico de longo prazo jamais realizado em ratos de
laboratório (Séralini et al.(2012) Food Chem Toxicol
http://dx.doi.org/10.1016/j.fct.2012.08.005) o qual detetou uma
relação direta entre alimentação com transgénicos e o aparecimento de
tumores e outras perturbações profundas do metabolismo.

Algumas curiosidades:

– Das 229 referências de óleos registadas, 48 continham ingredientes
transgénicos, o que corresponde a 21% de todos os óleos.
– No global o óleo mais barato (marca Superal, a €1.38 por litro) não
apresenta transgénicos, deitando por terra o mito de que os
transgénicos beneficiam economicamente o consumidor.
– Todos os ingredientes transgénicos estão sujeitos a rotulagem de
acordo com o previsto no Regulamento europeu 1830/2003. Esses
transgénicos resultam de soja importada de países como os Estados
Unidos e a Argentina, muito embora existam fontes alternativas de soja
não transgénica.
– Das 54 marcas diferentes identificadas, cerca de um quarto utilizam
transgénicos na sua composição. Destas marcas que usam transgénicos,
mais de metade pertencem à empresa Sovena. A Sovena constitui-se assim
como a maior responsável pela presença de transgénicos na alimentação
dos portugueses.
Os dados recolhidos pelos voluntários da Plataforma Transgénicos Fora
podem ser consultados em http://www.stopogm.net/webfm_send/757 e a
classificação obtida por cada hipermercado está disponível em
http://www.stopogm.net/webfm_send/758 – este trabalho foi isento, não
tendo sido patrocinado nem sujeito a qualquer entendimento com
qualquer entidade externa à Plataforma Transgénicos Fora.

2013/02/25

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/02/25c.htm

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