sábado, 2 de março de 2013

Maioria das câmaras não tem planos municipais de emergência actualizados


Por Agência Lusa, publicado em 1 Mar 2013 - 18:53 | Actualizado há 6 horas 26 minutos

D.R.
O presidente da Asprocivil - Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Proteção Civil, Ricardo Ribeiro, disse hoje que a maioria das câmaras não tem os planos municipais de emergência aprovados e atualizados.

"Segundo as últimas informações que tivemos, pouco mais de 20% das câmaras têm os planos municipais de emergência aprovados e atualizados e só 18% das autarquias têm os seus comandantes operacionais nomeados", adiantou à agência Lusa Ricardo Ribeiro, num seminário que assinalou o Dia Mundial da Proteção Civil, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, em Leiria.

Recordando o temporal de 19 de janeiro, o especialista criticou a falta de organização e de preparação para responder às catástrofes. "O SIRESP [Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança em Portugal] deixou de funcionar em vários concelhos e sem comunicações não há organização nem coordenação. Isto acontece porque a análise de riscos não é bem feita."

Para o presidente da Asprocivil, é importante "fazer o levantamento e a análise de riscos através da carta de riscos" e "elaborar planos especiais de emergência, onde são necessários, nomeadamente em barragens".

Por outro lado, "é preciso nomear os comandantes operacionais municipais nos termos da lei, algo que os senhores presidentes teimam em continuar a não fazer. A estrutura da proteção civil sem comandantes municipais operacionais e sem planos de emergência atualizados está coxa", acrescentou Ricardo Ribeiro.

"Há ainda um outro problema que tem a ver com questões de atitudes e comportamentos e a consequência que tem que haver para as entidades públicas e privadas, mas que prestam um serviço público, como a PT e a EDP. Quando o Instituto de Meteorologia ou a Autoridade Nacional lança um alerta deve ter consequências ao nível dos mecanismos de prontidão, não só dos agentes de proteção civil, mas também nas entidades com especial dever de colaboração e que prestam serviço público", destacou ainda o responsável.

Se tal não for feito, "fica muito mais difícil e demora muito mais tempo a reposição da normalidade" e a "resposta operacional é sempre menor".

O presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, considerou que o seu concelho está "bem preparado" e referiu que vai "continuar a apostar na formação" e a "colher experiências" para "manter o conhecimento cada vez mais atualizado, de modo a garantir uma resposta clara e concreta quando for necessária".

Já o comandante municipal, Artur Figueiredo, lembrou o lema da Proteção Civil para o Dia Mundial da Proteção civil: "O Cidadão - primeiro agente de proteção civil". "Um cidadão preparado sabe proteger-se e sabe socorrer se estiver num local onde haja uma emergência."

Por isso, Artur Figueiredo defendeu que se deve "insistir na formação e sensibilização nas escolas desde o 1.º ciclo" e sugeriu que o Ministério da Educação possa vir a "integrar pessoas com formação em proteção civil para fazer essa sensibilização junto da população".

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

http://www.ionline.pt/portugal/maioria-das-camaras-nao-tem-planos-municipais-emergencia-actualizados

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