sexta-feira, 13 de março de 2015

Empresa do Alqueva a «investir» para concluir projecto este ano

12-03-2015 
  
A empresa gestora do Alqueva está com um ritmo de construção «como nunca esteve na sua história» e a «investir brutalmente» para conseguir concluir o projecto global no final deste ano, disse o presidente da empresa.

Segundo José Pedro Salema, actualmente a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA) tem 22 empreitadas a decorrer em simultâneo, «cada uma delas na ordem dos milhões de euros», sendo a mais barata de 3,5 milhões de euros.

Dos cerca de 120 mil hectares de regadio previstos no projecto global do Alqueva, no Alentejo, 68 mil estão em exploração e mais 20 mil vão começar a funcionar na campanha de rega deste ano, no início da Primavera, perfazendo um total de 88 mil hectares, disse.

Os restantes cerca de 30 mil hectares estão em construção com vista à conclusão do empreendimento até final deste ano. Os cerca de 120 mil hectares já deverão estar em exploração na campanha de rega de 2016. O presidente da EDIA falava na abertura de uma sessão de esclarecimento sobre o uso eficiente da água, que decorreu no auditório da empresa, em Beja.

Segundo José Pedro Salema, «a EDIA tem um caminho muito grande a percorrer na produção própria de energia, através de energia solar, para, com isso, reduzir a sua fatura energética e, dessa forma, conseguir estruturalmente baixar os custos de adução e o preço da água em Alqueva».

O empreendimento já tem as grandes centrais hidroeléctricas, as do Alqueva e Pedrógão, e cinco mini-hídricas, mas tem «muitas superfícies» onde pode produzir energia solar, como os reservatórios de água, que são «áreas muito relevantes e onde há muito sol», mas estão «subutilizadas e só servem para guardar água», defendeu.

Ao longo da concepção do projecto Alqueva, a EDIA fez «muitas adaptações» ao estudo prévio de 1996, a ideia original, para «fazer face aos custos energéticos e às perdas potenciais que o sistema podia ter», disse, referindo, por exemplo, que das previstas 114 estações elevatórias, «os grandes sorvedores de energia», só foram construídas 47.

«A adaptação e a minimização de custos de energia na conceção já foi feita», mas «ainda existe um importante caminho a percorrer» no sentido da produção própria de energia, insistiu.

José Pedro Salema indicou o exemplo da central fotovoltaica que foi instalada recentemente na sede da EDIA e que é constituída por 350 painéis fotovoltaicos, os quais produzem energia suficiente para abastecer mais de dois terços das necessidades do edifício.

«É um exemplo que demonstra o que queremos fazer no território», sublinhou, referindo que a ideia da EDIA é instalar painéis fotovoltaicos em cima da água e nos locais de «grande consumo de energia», como as estações elevatórias e os reservatórios de água, o que trará «inúmeras vantagens».

Além de uma redução dos custos com energia, os painéis irão permitir reduzir a evaporação, produzir mais energia, porque, devido ao efeito da diminuição da temperatura, «conseguem ter uma eficiência energética de conversão maior», e reduzir a incidência de luz solar na água e, assim, haverá «menos crescimento de plantas e bactérias», explicou. «Só tem um problema, custa muito dinheiro e temos de arranjar uma solução para financiar isto, mas caminhamos nesse sentido», disse José Pedro Salema.

Fonte: Lusa

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