domingo, 24 de fevereiro de 2013
Açores: Agricultura pede discriminação positiva no Orçamento Regional
2013.02.23 (00:00) Açores
A Federação Agrícola dos Açores contesta corte de 25 por cento dos apoios regionais para o sector previsto no Orçamento Regional. Jorge Rita, presidente da Federação, considera que a Agricultura não poderá sofrer um corte de 25 por cento nos investimentos promovidos pelo Governo Regional em 2013.
O sector contava com um corte de 11 por cento, conforme os dados apresentados durante uma reunião do Conselho de Concertação Estratégica em Janeiro. "Quando foram apresentados os números não tivemos capacidade, nem tempo disponível, para analisar o plano. Quando disse, claramente, que não está totalmente insatisfeito foi pensando que teríamos menos 11 por cento e a redução global seria de 15 por cento", explica Jorge Rita.
O presidente da Federação Agrícola dos Açores analisou os números apresentados e verifica que a redução de 11 por cento, inclui os fundos comunitários. Neste sentido, Jorge Rita considera que o sector da agricultura não poderá penalizado nas contas do Orçamento Regional. "Tenho ouvido com muita atenção e aplaudo o Governo Regional quando diz que não devem ser os açorianos a pagar a factura da Madeira e Continente. Mas na Região também se deve aplicar este princípio. Não devem ser os agricultores a pagar a factura de outros sectores de actividade que foram mal geridos ou não tiveram crescimento durante os últimos anos", afirma.
Jorge Rita defende que esta "medida precisa de ser aplicada para os dois lados, porque a agricultura não concorda com uma descida drástica no investimento na agricultura". "Um desinvestimento neste setor poderá ser muito pior para os Açores. Os únicos sectores que cresceram, durante os últimos tempos, foram a produção de leite, carne e hortícolas. Foram os únicos que mantiveram os postos de trabalho", sublinhou.
Jorge Rita reconhece que o financiamento para os sectores da Saúde e Turismo são "um problema", mas não admite que "o melhor sector económico da Região, como é a agricultura, seja sacrificado". "Tenho muita consideração e respeito pelos outros sectores, mas uma redução desta dimensão para a agricultura poderá ser bastante penalizadora", vinca.
O presidente da Federação Agrícola dos Açores pede ao líder do executivo regional, "que conhece bem o sector da agricultura e reconhece a sua importância", para minimizar o impacto dos cortes ao investimento. "Nós aceitamos, e temos a humildade para dizer, um abaixamento das verbas, mas não contávamos que fosse uma redução de 25 por cento", precisa.
Segundo explica, um corte desta dimensão representa menos 16 milhões de euros para o sector. Jorge Rita espera que os valores destinados à agricultura sejam corrigidos na Assembleia Legislativa Regional dos Açores. "Espero que a Assembleia tenha em atenção que este sector é vital na economia e coesão social dos Açores. Um investimento na agricultura garante um retorno imediato. A agricultura é o único sector que apresenta uma capacidade de exportação e não deverá ser este o sector sacrificado e penalizado em prol de outros sectores", argumenta o representante dos agricultores. •
Diminuição do financiamento coloca em risco crescimento do sector
A exportação de leite e carne tem sido uma das principais formas encontradas para equilibrar a balança comercial dos Açores. No entanto, a aplicação de um corte de 25 por cento ao sector poderá reduzir a exportação de bens. Jorge Rita entende que é importante garantir verbas regionais para "os projectos de investimento, existindo compromissos que estão atrasados que precisam de ficar resolvidos, rapidamente".
Na opinião do presidente da Federação Agrícola dos Açores "é necessário manter o investimento na formação, infra-estruturas, caminhos agrícolas, ligações eléctricas e canalizações". "Sabemos que pode haver algum corte, mas não poderá ser um corte drástico. É preciso algum equilíbrio para o plano não baixar o investimento desta forma", sustenta.
http://www.anilact.pt/informacao-74/7135-agricultura-pede-discriminacao-positiva-no-orcamento-regional
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