quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Funcionários da Casa do Douro apelam a intervenção de Passos Coelho


LUSA 19/02/2013 - 18:58
PS vai pedir a audição dos trabalhadores e da direcção da Casa do Douro na Comissão de Agricultura e Mar do parlamento.


Deputado do PS foi mostrar solidariedade com os trabalhadores da Casa do Douro MANUEL ROBERTO

Os trabalhadores da Casa do Douro (CD), que estão há 30 meses sem salários, pediram esta terça-feira ao primeiro-ministro uma solução para a situação "dramática" e "insustentável" que os atinge. São cerca de 25 funcionários do quadro privado da instituição, com sede no Peso da Régua, que não recebem salários há mais de dois anos.



Alguns deles reuniram-se esta tarde com Rui Santos, deputado do PS eleito por Vila Real. À saída do encontro, José Carlos Rodrigues afirmou que, desde que começou a trabalhar para a CD, há 12 anos, teve regularmente problemas de salários em atraso. No entanto, salientou que a situação se agravou nos últimos anos até ao ponto de estarem sem receber há 30 meses. "E não vemos luz ao fundo do túnel", frisou.

Por isso mesmo, os funcionários do organismo duriense deixaram um apelo a Pedro Passos Coelho, que encabeçou a lista do PSD às legislativas no distrito de Vila Real. "Apelamos ao senhor primeiro-ministro para que, de uma vez por todas, encontre uma solução para esta situação", afirmou José Carlos Rodrigues.

Este funcionário confessou as dificuldades sentidas em viver sem vencimento. "Temos casos dramáticos, porque há pessoas que compraram casa ou carros e agora têm dificuldades em pagar. E só com a ajuda da família é que conseguimos", sublinhou.

Outro funcionário da CD, Joaquim Ribeiro, descreveu a situação que vive com os seus colegas como "lastimável e insustentável". "Era bom, de uma vez por todas, que a direcção da CD e o Governo se entendessem para resolver a situação", salientou.

Os funcionários recusam pedir a suspensão ou a rescisão porque dizem que querem continuar a trabalhar e afirmam que a instituição tem viabilidade. "Pensamos que é, acima de tudo, uma questão política", concluiu José Carlos Rodrigues.

O presidente da CD, Manuel António Santos, referiu que o problema da instituição se arrasta há 20 anos. Garantiu que os elementos da direção se encontram na mesma situação, sem receber vencimento. "Esta direção sente-se muito pouco responsável pela situação em que a instituição está. O que é preciso é negociar, resolver e definir, de uma vez por todas, se esta instituição tem lugar no panorama da viticultura duriense ou se, eventualmente, por ter nascido antes do 25 de abril, a querem de facto matar", afirmou ainda.

Rui Santos quis demonstrar a sua solidariedade para com os funcionários e considerou que é, provavelmente, "caso único no mundo", trabalhadores continuarem no seu posto de trabalho ao fim de 30 meses sem receberem o seu salário. E face à "indefinição" que se vive no organismo duriense, o deputado afirmou que hoje mesmo o grupo parlamentar do PS entregou um requerimento na Comissão de Agricultura e Mar a pedir uma audição com a direção da CD e a comissão de trabalhadores.

Se a maioria aprovar este requerimento, a audição parlamentar poderá ocorrer dentro de uma semana a 15 dias. Se não for aceite, o PS admite recorrer ao agendamento potestativo. "Proporemos também que a senhora ministra da Agricultura vá ao plenário e, de uma vez por todas, nos diga o que tem andado a tratar junto do Ministério das Finanças e que proposta é que tem para resolver este problema", frisou Rui Santos.

http://www.publico.pt/local/noticia/funcionarios-da-casa-do-douro-apelam-a-intervencao-de-passos-coelho-1585070

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