22-02-2013
Em 2012, pela primeira vez os países em desenvolvimento ultrapassaram
os países industrializados na utilização de plantas geneticamente
modificadas na agricultura, tendo cultivado 52 por cento da área
global de 170 milhões de hectares.
Houve assim um aumento global de seis por cento em relação ao ano
anterior. Esta tecnologia agrícola foi utilizada por 17,3 milhões de
agricultores, sendo que 15 milhões são agricultores de países em
desenvolvimento.
O relatório anual sobre o cultivo de plantas transgénicas foi
divulgado no dia 20 de Fevereiro de 2013, pelo ISAAA - International
Service for the Acquisition of Agri-Biotech Applications.
Os dados divulgados são contrários à previsão dos críticos que, ao
longo dos anos, têm declarado que esta tecnologia foi criada para o
benefício dos países desenvolvidos e que não seria utilizada nos
países do terceiro mundo.
A cada ano que passa, desde 1996, tem-se verificado que essa visão não
faz qualquer sentido, uma vez que a agrobiotecnologia contribui para o
aumento da produtividade das culturas; a redução na utilização de
combustíveis fósseis; redução de tempo de utilização de máquinas
agrícolas e de mão-de-obra; redução de utilização de pesticidas; maior
qualidade dos produtos; maior rentabilidade para os agricultores; da
protecção ambiental; protecção para a saúde dos próprios agricultores
e maior segurança alimentar dos consumidores, tanto animais como
humanos.
A utilização de culturas transgénicas é essencial, mas não é uma
panaceia. A sua utilização em conjunto com boas práticas agrícolas,
como a realização de rotações, a gestão de resistências e as práticas
de conservação dos solos com mobilização reduzida ou mesmo a sua não
mobilização, exponenciam ainda mais a importância da utilização destas
culturas para a concretização de uma agricultura cada vez mais
sustentável, quando comparando com a utilização das culturas
convencionais suas homólogas.
Desde 1996, os dados têm-se tornado cada vez mais evidentes: as
culturas transgénicas contribuem para a sustentabilidade na
agricultura, pois beneficia directa e indirectamente as sociedades que
as utilizam, as suas economias e o ambiente.
Verifica-se que a agrobiotecnologia é ainda mais importante para os
pequenos agricultores: 15 milhões, ou seja 90 por cento, são
agricultores nos países em desenvolvimento.
Em 2012, foram 28 os países que beneficiaram da agrobiotecnologia,
sendo 20 considerados países em desenvolvimento. Nestes 28 países
habita 60 por cento da população mundial. O Sudão e Cuba fizeram
história e utilizaram pela primeira vez as culturas geneticamente
modificadas.
Pelo quarto ano consecutivo, o Brasil foi o país que mais contribuiu
para o crescimento da utilização da agrobiotecnologia, estando cada
vez mais próximo do líder, os Estados Unidos da América. Esta
contribuição foi possível, já que o sistema de aprovação da adopção de
novas culturas é rápido na tomada de decisões. O Brasil foi o primeiro
país a aprovar a comercialização da soja geneticamente modificada com
características acumuladas nas mesmas plantas de resistência ao ataque
de pragas e à tolerância a herbicidas.
Em 2012, na União Europeia foram produzidos apenas 129 hectares de
milho Bt. A Alemanha e a Suécia deixaram de cultivar batata AMflora. A
Polónia descontinuou o cultivo de milho Bt devido à regulamentação
inconsistente com a interpretação da legislação da União Europeia.
A incapacidade para implementar um sistema de aprovação de base
científica e eficiente em termos de custo-tempo, continua a ser o
maior constrangimento para a adopção das culturas agrobiotecnológicas
na União Europeia. Esta situação reforça a falta de competitividade da
agricultura europeia em relação ao resto do mundo, o que é altamente
prejudicial para os agricultores europeus. Estes continuam assim sem
liberdade de escolha do modo mais adequado para produzir as suas
culturas.
Fonte: CiB
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia45846.aspx
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