quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

ONU dedica 2013 à quinoa, um "superalimento" cultivado há milhares de anos nos Andes

Lusa
21 Fev, 2013, 13:25

A ONU declarou 2013 o Ano Internacional da Quinoa, um `superalimento`
produzido há milhares de anos nos Andes, mas que surge agora como um
"novo aliado na luta contra a fome".
As palavras são do diretor-geral da organização das Nações Unidas para
a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, que na
cerimónia de lançamento do ano destacou papel que a quinoa pode ter na
erradicação da fome, da subnutrição e da pobreza.

"Espero que este Ano Internacional seja um catalisador da aprendizagem
sobre o potencial da quinoa para a segurança alimentar e nutricional,
para a redução da pobreza - especialmente entre os pequenos
agricultores do mundo -- e para a agricultura ambientalmente
sustentável, disse por seu lado o secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon, na cerimónia que decorreu quarta-feira na sede da ONU em Nova
Iorque.

A quinoa é considerada um `superalimento`, de alto valor nutritivo e
rica em proteínas e micronutrientes.

Segundo a FAO, é o único alimento vegetal que contém todos os
aminoácidos essenciais, oligoelementos e vitaminas, e tem também a
capacidade de se adaptar a diferentes ecossistemas e climas.

Resiste à seca, aos solos pobres e de elevada salinidade, pode ser
cultivada desde o nível do mar e até a uma altitude de quatro mil
metros e consegue suportar temperaturas entre os oito graus negativos
e os 38 graus Celsius.

Esta versatilidade, sublinha a ONU, faz da quinoa uma opção alimentar
viável em regiões com condições agrícolas áridas e altas taxas de
malnutrição.

A FAO estima em mil milhões o número de pessoas afetadas pela
malnutrição em 2010, quase todas nos países em desenvolvimento.

Reduzir a fome para metade é um dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milénio, alvo de um acordo global e com prazo até 2015.

Além de Ban Ki-moon, participaram na cerimónia de lançamento do Ano
Internacional da Quinoa o presidente da Bolívia, Evo Morales, e a
primeira-dama do Peru, Nadine Heredia Alarcón de Humala, que foram
nomeados embaixadores especiais da FAO para o Ano Internacional da
Quinoa.

Humala destacou o papel da quinoa como uma "opção viável e efetiva
para combater a fome e a subnutrição", e sublinhou a importância do
papel das mulheres na produção de quinoa.

Segundo a FAO, a quinoa teve uma grande importância nutricional para
as civilizações pré-colombianas andinas, apenas superada pela batata.

Tradicionalmente, os grãos de quinoa são torrados e depois
transformados em farinha para pão, mas também pode ser cozinhada,
adicionada a sopas, usada como cereal, como massa e mesmo fermentada
em cerveja ou chicha, a bebida tradicional dos Andes.

"A quinoa é um presente ancestral dos povos andinos", afirmou Evo
Morales, destacando o importante papel dos povos indígenas como
guardiões desta cultura durante mais de 7000 anos.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=629827&tm=7&layout=121&visual=49

1 comentário:

Godoberta Andrade disse...

Quem comercializa as sementes na Europa? Onde comprar os cultivares adequados para diferentes zonas de Porugal

Obrigada
Godoberta Andrade

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