quarta-feira, 19 de outubro de 2011

“Agricultura pode ser uma arma contra o desemprego”

Albuquerque
Filipe Garcia
19/10/11 00:05
José Diogo Albuquerque sustenta que está na hora de Bruxelas mostrar
maior solidariedade com Portugal e os seus agricultores.

Com um défice comercial de quatro mil milhões e sem margem orçamental,
Albuquerque diz que a aposta é levar as pessoas a consumir produção
nacional.
Paulo Portas e Passos Coelho não se cansam de o repetir: a agricultura
será uma das alavancas para a economia nacional. Com um défice na
balança comercial de quatro mil milhões de euros e com os fundos
europeus a escassearem, chegou o momento de negociar a nova Política
Agrícola Comum para o período de 2014 a 2020. José Diogo Albuquerque,
secretário de estado da Agricultura, não tem dúvidas: chegou o momento
de a União Europeia mostrar "solidariedade".

O Governo fala na Agricultura como alavanca da Economia, mas a
população agrícola portuguesa não pára de diminuir. Como se combate
essa tendência?
Desde a adesão à União Europeia o mundo agrícola pode ter descido 40%,
no entanto manteve-se o nível de produção. Há um ajustamento. É
necessário que exista maior dimensão económica das explorações. Por
outro lado, deve-se tentar manter o meio rural dinâmico. Como se faz?
Sobretudo através de apoios comunitários às actividades agrícolas.
Em Espanha, no último trimestre de 2010, caiu 5%. Mesmo assim acha que
sector agrícola pode ser uma alavanca?
Pode ser uma arma contra o desemprego e ser importante mesmo para
quebrar a quebra na economia que temos. Pode estimular exportações,
substituir a despesa do consumidor em produtos importados por produtos
nacionais. A nossa balança comercial, na agricultura, tem um défice de
4 mil milhões de euros. Se os consumidores consumirem produtos
portugueses estão a ajudar a economia. Dai apostarmos tanto em apoios
comunitários à agricultura. E é importante os veicularmos bem, e a
tempo e horas, para que a agricultura possa contribuir para a
economia. Cerca de 10% dos trabalhadores portugueses estão afectos à
agricultura.
Mas a subida do IVA não vai ter efeitos muito negativos nos produtores
nacionais?
Pode ter. E por isso o este governo insistiu em isentar certos
produtos agrícolas e da viticultura, exactamente por que são áreas com
dinamismo, onde se consegue exportar. O vinho traz um valor anual para
Portugal de mil milhões de euros. Conseguiu-se alguma isenção.

http://economico.sapo.pt/noticias/agricultura-pode-ser-uma-arma-contra-o-desemprego_129356.html

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