sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mais agricultura

País real
Os tempos actuais apontam para cenários cada vez mais difíceis de
engolir. Mas, nós, agricultores e proprietários agrícolas, já passamos
por coisas bem piores.

Por:Fernando Carpinteiro Albino, Presidente do Conselho de
Administração da Carnalentejana

Nesta crise podemos ser o parceiro privilegiado do poder político.
Como? Com o aumento da produção agrícola nacional indispensável para
evitar o desperdício de milhões de euros com a importação de bens
alimentares.

Sabia que Portugal, em 1975, exportava malte para fabrico de cerveja
produzido a partir de cevada dística nacional semeada nas terras
agrícolas do Alentejo e Ribatejo? Sabia que Portugal, nessa altura,
produzia nesses mesmos campos, os cereais, trigos moles e duros a
partir dos quais se faziam as farinhas para pão e massas alimentícias
nacionais, que eram armazenadas nos silos construídos nas zonas de
produção? É aqui que reside o desafio. Os agricultores têm de
arregaçar ainda mais as mangas. Têm que se agrupar em organizações e
tornar a lançar à terra as sementes que irão produzir frutos que tanta
falta fazem a Portugal. Para que isto aconteça é imperioso que todos
os elementos das fileiras dos produtos agrícolas dêem as mãos. Os
industriais que transformam os nossos produtos têm de neles acreditar
e colaborar na celebração de protocolos, contratos anuais ou
plurianuais, com regras concretas e claras que permitam que os mesmos
sejam bons e profícuos, para ambas as partes. As cadeias de grande
distribuição têm de reforçar a preferência pelos produtos nacionais.
Mas, apesar da necessidade de produção, não se pode descurar a
investigação, bem como as regras de qualidade e certificação. Lanço
ainda um apelo aos governantes para, que, de uma vez por todas,
considerem e apoiem a agricultura portuguesa. É um sector estratégico
e indispensável para sairmos da crise em que todos nos encontramos.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/mais-agricultura

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