18/10/11 - 00:00 > AGRONEGÓCIOS
Roma - A volatilidade dos preços mundiais dos alimentos foi o foco da
celebração do Dia Mundial da Alimentação, ontem, em Roma. O evento
abordou também a questão da compra de terras agrícolas de nações em
desenvolvimento por parte dos países ricos. O encontro da Organização
das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) coincide com
uma reunião do Comitê de Segurança Alimentar Mundial, que deve adotar
pela primeira vez um conjunto de diretrizes voluntárias sobre esses
controversos investimentos.
O assunto é comumente tratado como "grilagem de terras", e algumas
organizações não-governamentais alertam que a prática ameaça a
subsistência de pequenos produtores em países pobres e eleva os preços
dos alimentos no mundo inteiro. "A grilagem de terras é um dos
exemplos mais flagrantes e escandalosos de como o sistema corporativo
de alimentação dominante empurra um número cada vez maior de
produtores e consumidores para a pobreza", informou o Movimento Via
Campesina.
A Oxfam pediu que o Comitê de Segurança Alimentar combata a
volatilidade dos preços com a decisão de remover os subsídios
concedidos para transformar os alimentos em combustíveis, regular os
mercados de commodities e expandir as reservas em países pobres. A ONG
também exigiu uma regulação maior dos investimentos e da governança de
terras, bem como um comprometimento com a igualdade de gêneros na
agricultura e um forte aumento do investimento público em propriedades
agrícolas sustentáveis de pequena escala.
"O comitê concentra nossa melhor esperança de inaugurar uma nova era
de cooperação que garanta que todo mundo tenha o suficiente para comer
hoje e no futuro", disse Barbara Stocking, executiva-chefe da Oxfam.
"Nós sabemos que é possível reduzir a fome dramaticamente - países
como Brasil e Vietnã mostraram como isso pode ser feito. O que falta é
vontade política adequada por parte de todos os governos para tomar
decisões corajosas."
O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, que está no
poder há 32 anos e é o atual presidente da União Africana, abriu a
conferência da FAO. O diretor-geral da organização, Jacques Diouf, e o
diretor do Programa Alimentar Mundial, Josette Sheeran, cuja agência
está fortemente envolvida nos esforços de socorro da região do Chifre
da África, participam das negociações.
Hoje, o ministro de Agricultura da França, Bruno Le Maire, e Jacques
Diouf farão uma coletiva de imprensa sobre a questão da volatilidade
dos preços - grande motivo de preocupação para a presidência francesa
do grupo das 20 maiores economias do mundo (G-20).
http://www.dci.com.br/FAO-discute-volatilidade-de-preco-de-alimentos-e-compra-de-terras-10-394926.html
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