quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Produção de Artigo Regionais e Exploração das Florestas é o que se aponta a esta Região. Mas é preciso fazê-lo!

SECÇÃO: Opinião
REFLEXÕES

O Presidente Cavaco voltou a abanar as consciências dos Portugueses
para a crescente dificuldade que os espera. O discurso do 5 de Outubro
não acrescentou nada de relevante àquilo que é do conhecimento de quem
se preocupa com o estado de Portugal.
Voltou a referir que gastamos o que não tínhamos, vivemos
faustosamente durante anos.
Não produzimos o que está ao nosso alcance, não poupámos o que
podíamos. Durante anos e anos, a sucessivos Governos, esta situação
para que se caminhava Portugal foi denunciada. Quem se preocupou?
Alguns estudiosos fizeram-no, mas logo se apressavam a esconjurá-los
com o "espantalho" do pessimismo.

Ninguém queria ouvir as verdades. Fomos autenticas "avestruzes"…
A realidade é agora dramática. Mesmo assim, duvidamos que os
Portugueses estejam bem consistentes desta realidade. Podemos produzir
mais, mas não se notam sinais disso.
Exige-se poupanças aos cidadãos, mas os Bancos continuam sem essa liquidez.
Aconselham-nos a comprar o que é Nacional, mas não seguimos, com
rigor, essa recomendação…
Pede-se contenção nas despesas, mas pouco se dá conta disso, sobretudo
ao nível das autarquias, sejam os Municípios, sejam as Freguesias,
sejam as Empresas Públicas, cujas actividades, ainda, apresentam, em
algumas situações, evidentes desperdícios.
Os Portugueses, consciencializados, já não permitiram que as coisas
continuem a ser como dantes.
Quem se sente preocupado não se alheia destas situações e deve
atribuir responsabilidades a quem se desorienta. Mas será isso o que
acontece na nossa sociedade?
A convicção de prosperidade, que se formou nas mentalidades durante as
últimas décadas, é falsa. Não temos recursos para a vida que levamos.
É duro mas é a verdade.
Temos de assumir outros comportamentos e outras atitudes e não têm
sentido as reclamações, nem as manifestações, nem greves.
A Irlanda, que esteve pior que nós, já está a crescer 1 %, enquanto
Portugal reduz 2 % no ano em curso,
Espera-nos um futuro difícil, duro, de muito sacrifício e preocupação.
Mas temos de ser dignos da nossa História e da nossa Cultura.
Estamos no momento de ter de inverter o estado de vida a que nos habituaram.
O esforço no aumento da produção, dos artigos regionais, como o
queijo, o pão, a fruta, sobretudo a maça, tem de ser aumentado.
As pessoas não esperem por incentivos, pois não vão acontecer. Não
percebemos porque ninguém, ainda, se preocupou em elucidar esta
sociedade.
A floresta, recurso tão importante e tão abandonado tem de ser
incrementada. Há muitos proprietários que o querem fazer mas não os
ensinam, nem sabem o que fazer.
O mar, para quem vive junto dele, tem riquezas inexploradas. De que esperamos?
Á indústria familiar e local justifica dar um impulso. Emprega
pessoas, cria riqueza e contribui com impostos.
Empregos como antes, em grandes indústrias como E.H.S.E., Fisel,
Fercol, Lorimalhas, Fabrícios, etc. não vão haver mais em Seia.
Sejamos esforçados, autênticos e empenhados. É a nossa obrigação para
restaurar a credibilidade internacional e o bem estar inteiro á nossa
custa.
Estaremos pois, enquanto geração, á altura de transmitir ás gerações
futuras um País digno, respeitado, admirado e bem administrado, ainda
que não seja rico materialmente.
Por: Alcides Henriques
http://www.portadaestrela.com/noticia.asp?idEdicao=346&id=15246&idSeccao=3302&Action=noticia

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