14h56m
A actual situação da fome no mundo é "alarmante" e "dramática", devido
ao constante crescimento da população mundial e à forte subida dos
preços dos alimentos, alertaram, esta terça-feira, organizações
internacionais.
foto TONY KARUMBA/AFP
Organizações mundiais dizem que situação mundial de fome é "dramática"
O aviso é da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM).
"Uma em cada sete pessoas no mundo vai para a cama com fome, na
maioria mulheres e crianças", afirmou Lauren Landis, directora da
representação do PAM em Genebra, na Suíça, durante a inauguração de
uma exposição dedicada ao flagelo da fome, intitulada "Lutar juntos
contra a fome".
Na mesma ocasião, Landis salientou que "a fome mata
anualmente mais pessoas do que a SIDA, malária e tuberculose".
O aumento substancial dos preços dos alimentos tem sido um dos
factores determinantes para o agravamento do número de pessoas
subnutridas no mundo. Entre 2005 e 2008, os preços dos alimentos
atingiram o nível mais alto dos últimos 30 anos, como é o caso do
milho, que subiu 74% nos últimos 18 meses, ou do arroz, que sofreu um
aumento de 166%.
"A situação assumiu proporções dramáticas a partir de 2008, quando os
preços alcançaram um pico histórico e quase duplicaram num período de
três e quatro anos", disse o director da FAO em Genebra, Abdessalam
Ould Ahmed.
"Depois de um abrandamento em 2009, estamos outra vez a enfrentar uma
situação de subida de preços. A situação é agora mais dramática devido
ao aumento dos preços, da crise e de outros problemas que limitam a
capacidade do sector agrícola para responder às solicitações" do
mercado mundial, reforçou o representante.
O director da FAO mencionou que a subida dos preços é uma
consequência, entre outros factores, do aumento substancial da
população mundial. "Cada ano existem no mundo mais 80 milhões de bocas
para alimentar", referiu Abdessalam Ould Ahmed, indicando ainda que os
países em desenvolvimento estão a melhorar o nível de vida, aumentando
a pressão sob o mercado alimentar.
"Estes países estão a aumentar o consumo de carne e de outros
alimentos nutritivos que precisam de uma produção intensiva, sobretudo
ao nível do consumo de cereais", afirmou o representante da agência
das Nações Unidas.
O responsável da FAO indicou, também, que a situação de fome que
afecta milhares de pessoas na região do Corno de África deve ser "uma
chamada de atenção" para outros países.
"Muitos países estão expostos a uma crise similar. É uma crise
complexa (...) é uma crise que se pode repetir em outros países, onde
se conjugam a seca, os preços altos dos alimentos e a instabilidade",
advertiu Abdessalam Ould Ahmed.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2065701&page=-1
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