sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Douro: Dez regiões vinhateiras fazem intercâmbio e boas práticas

21-10-2011

Dez regiões vinhateiras da Europa dispõem de 1,9 milhões de euros, no
âmbito do projecto "Vitour Landscap", para o intercâmbio de «boas
práticas» que preservem e valorizem estes sítios classificados como
Património Mundial da UNESCO.
Representantes destas regiões estão reunidos até sábado, em Lamego, em
pleno Alto Douro Vinhateiro (ADV) que, em Dezembro, assinala 10 anos
de Património Mundial.
O projecto "Vitour Landscap" é uma iniciativa "pioneira" que conta com
um investimento de 1,9 milhões de euros (ME), apoiados em 85 por cento
pelo Programa de Cooperação Inter-regional da União Europeia "INTERREG
IVC", que vai culminar com a publicação do Guia Europeu para a
Preservação e Valorização de Paisagens Vinhateiras.

Em Setembro de 2012, serão atribuídos os prémios "VITOUR", que visam
destacar as melhores práticas de preservação e valorização da paisagem
vinhateira.
O chefe da Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães, afirmou
aos jornalistas que o objectivo é aprender com o bom exemplo de cada
um destes territórios.
Como exemplo, afirmou que o Douro possui uma ferramenta útil para a
protecção da paisagem cultural, o Plano Intermunicipal de Ordenamento
do Território (PIOT), lançou ainda um concurso de arquitectura que
visa salvaguardar o património e estimular novos projectos, e aposta
num sistema de condução de muros, de novos socalcos, que preservam os
recursos hídricos.
Mas este Douro tem ainda muito que aprender com as outras regiões da
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO), segundo Ricardo Magalhães, continua a necessitar de uma
sinalização efectiva, ao nível das redes viárias nacionais e
municipais, que está em fase de estudo, bem como no uso das novas
tecnologias de informação e de comunicação.
Com o Vale do Reno, na Alemanha, pode ainda aprender sobre as
implicações das alterações climáticas, erosão ou riscos naturais.
Depois, em análise, estão também as diferentes formas de gestão dos
territórios. «Não basta fazer planos, depois temos que saber quem é
que gere o dia-a-dia e como», sublinhou.
Numa altura em que o Governo português se prepara para encerrar 622
quilómetros de linha ferroviária no país, Giuliana Biagioli,
consultora científica do projecto, destacou o exemplo do governo
regional de Wachau, na Áustria, que gastou 1,5 milhões de euros para
manter o caminho-de-ferro local para o turismo.
E, acrescentou, em Cinque Terre, em Itália, o parque nacional
aproveitou as estações ferroviárias para postos de informação ou de
venda de produtos locais, como o vinho, artesanato.
Por fim, Ricardo Magalhães salientou que esta rede «não pode ser
apenas um trabalho académico, tem que ter tradução prática».
Fazem parte deste grupo de 10 regiões de sete países europeus o Alto
Douro Vinhateiro e Pico, de Portugal, Ferto Neusiedler See e Warchau,
da Áustria, Cinque Terre e Montalcino, de Itália, Tokaj, da Hungria,
Vale do Loire, de França, Vale do Reno, da Alemanha, e Lavaux, da
Suíça.
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia42279.aspx

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