AICEP: 'O Japão é um parceiro com enorme potencial para explorar'

25 de Março, 2013

O Japão é uma das prioridades de parcerias da AICEP (Agência para o
Investimento e Comércio Externo de Portugal), que considera o país uma
oportunidade para as exportações nacionais e investimentos no
território português.
Em declarações à Lusa, o presidente da AICEP, Pedro Reis, que integra
a delegação do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros numa
visita ao Japão, considera o país asiático "um parceiro com um enorme
potencial por explorar, havendo oportunidades quer ao nível das
exportações, quer de parcerias com empresas portuguesas e até de
reforço da presença de investimento japonês em Portugal".

"O Japão é um dos mais importantes investidores estrangeiros em
Portugal, com mais de 50 empresas com capitais japoneses a operar no
nosso país, algumas delas há décadas. Estas empresas têm vindo a
realizar investimentos ao longo dos anos, contribuindo para o reforço
do nosso tecido produtivo", disse ainda à Lusa o presidente da AICEP.

Para Pedro Reis, o Japão é uma economia com 128 milhões de
consumidores e com um elevado Produto Interno Bruto (PIB) per capita,
com "um mercado maduro, sofisticado e muito competitivo".

Segundo a AICEP as empresas portuguesas exportam maioritariamente para
o Japão máquinas e aparelhos, produtos químicos, produtos alimentares,
calçado, instrumentos de óptica, madeira, cortiça e minerais.

As exportações portuguesas para o Japão têm vindo a recuperar nos
últimos anos, tendo o saldo comercial vindo a melhorar, apesar de ser
ainda deficitário. Em 2012, Portugal exportou um total de 190 milhões
de euros e importou 294 milhões de euros.

"Refira-se que no mês de Janeiro as exportações aumentaram 22 por
cento face ao valor registado no mesmo mês do ano passado", referiu
Pedro Reis.

A procura japonesa coincide, em grande medida, com a oferta
portuguesa: sectores como a moda (vestuário e calçado de couro),
têxteis-lar, materiais de construção, cerâmicas, vidros e os cristais,
produtos alimentares, vinhos, mobiliário e energias renováveis são
exemplos de áreas onde os exportadores portugueses podem ter uma
palavra a dizer no mercado japonês.

"A este facto acresce que, na actualidade, a relação cambial euro/iene
é bastante favorável ao fluxo de exportações", sublinhou Pedro Reis.

Portugal tem vindo a assumir uma posição de "liderança no âmbito das
energias renováveis", sector que tem um especial interesse para o
Japão devido à reconfiguração do seu modelo energético que quer
apostar na energia eólica.

Por outro lado, refere Pedro Reis, a relação de proximidade de
Portugal com economias em forte crescimento em África e na América do
Sul, constitui uma "mais-valia" para as empresas japonesas.

"Este nosso posicionamento geoestratégico único, que funciona como uma
porta de entrada na União Europeia, mas também na Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa e num conjunto alargado de mercados
africanos e latino-americanos é um activo que importa potenciar",
concluiu o presidente da AICEP.

Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=71671