domingo, 16 de outubro de 2011

Após 14 anos de obras, Barragem do Alqueva abastece quase 200 mil pessoas

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16 de Outubro, 2011
Após 14 anos de obras e um investimento superior a 1,8 mil milhões de
euros, Alqueva rega quase 30 mil hectares, produz energia e pode
abastecer 200 mil habitantes, mas há dúvidas sobre a data de conclusão
do projecto.
O projecto Alqueva, que arrancou no terreno em 1997 com a construção
da barragem, prevê um investimento total de 2.563 milhões de euros,
dos quais 1.845 milhões de euros já foram investidos nas valências
agrícola, hidroeléctrica e de abastecimento público de água.

A albufeira de Alqueva, localizada no «coração» do Alentejo, no rio
Guadiana, começou a encher a 8 de Fevereiro de 2002 e atingiu a
capacidade máxima (cota de 152 metros) e iniciou descargas controladas
a 12 de Janeiro de 2010.
O anterior Governo PS e a Empresa de Desenvolvimento e
Infra-estruturas do Alqueva (EDIA) anteciparam a conclusão do projecto
para 2013, depois de prevista para 2025 e revista para 2015.
Entretanto, a ministra da Agricultura do novo Governo PSD/CDS-PP,
Assunção Cristas, já disse que «não é possível» concluir o projecto em
2013, mas prometeu «grande empenho» para o terminar «tão cedo quanto
possível», «desejavelmente até final de 2015», mas «depende das
condições de financiamento do Estado».
Dos 110 mil hectares de regadio previstos no projecto global, estão
instalados cerca de 52 mil, dos quais 21 mil estão a ser regados por
agricultores e aos quais somam-se 8.041 hectares de regadios por
captação directa autorizados pela EDIA no âmbito da concessão do
domínio público hídrico.
Os hectares instalados dividem-se pela Infra-estrutura 12 (Ferreira do
Alentejo), pelo bloco de rega da Aldeia da Luz (Mourão) e por nove
aproveitamentos hidroagrícolas, oito no distrito de Beja e um no de
Évora.
No âmbito da rede secundária, estão em construção três aproveitamentos
hidroagrícolas (Loureiro/Alvito, Alvito e Aljustrel) e quatro blocos
de rega, dois do aproveitamento hidroagrícola de Pedrógão e outros
dois do de Selmes, num total de 14 mil hectares.
Segundo a EDIA, para concluir o projecto falta construir 44 mil
hectares de regadio e outras infra-estruturas da rede primária e são
necessários 200 milhões de euros da parte da comparticipação nacional,
que é assegurada pelo Estado.
Em 2010, a EDIA terminou as ligações entre a albufeira «mãe» e as
albufeiras de abastecimento público de água abrangidas pelo projecto,
que já pode «reforçar» o abastecimento a cerca de 200 mil habitantes
nos distritos de Beja e Évora, sempre que as albufeiras apresentem
necessidade de água.
Na valência de energia, além das centrais de Alqueva e do Pedrógão,
concessionadas à EDP, a EDIA terminou este ano a instalação das cinco
centrais mini-hídricas, localizadas junto às barragens de Alvito,
Odivelas, Pisão, Roxo e Serpa, no distrito de Beja, e que juntas irão
produzir 30 gigawatts de energia em ano médio.
O projecto obrigou à construção de uma nova povoação para alojar os
habitantes da antiga aldeia da Luz, submersa pelas águas da albufeira,
e Alqueva já é o maior lago artificial da Europa, com uma área de 250
quilómetros quadrados e cerca de 1 160 quilómetros de margens.
Lusa/SOL
Tags: Barragem, Sociedade
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=31127

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