domingo, 17 de fevereiro de 2013

FAO tem novo representante no Brasil e em Portugal

Domingo, 17 de Fevereiro de 2013 - 10:45
Fonte: Da redação, com informações da Agência Brasil
Foto: Reprodução



"Nos últimos 20 anos o Brasil é o país que mais avançou no combate à
fome". Com essa avaliação, Hélder Multeia resume os avanços
conquistados ao longo dos dois anos e meio em que esteve à frente da
representação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO) no país. A partir do próximo dia 18, o cargo será
ocupado por Alan Bojanic, que já liderou as atividades da organização
no Chile e no escritório regional para América Latina e Caribe.

Em entrevista à Agência Brasil, Multeia afirmou que o novo
representante da organização em território brasileiro não encontrará
dificuldades. "O Brasil, como parceiro para os objetivos da FAO, é um
país que está na linha de frente. É um país que já cumpriu as Meta do
Milênio, onde a classe média cresce a olhos vistos e que tem políticas
públicas importantes. Esse é o grande diferencial do Brasil", disse.

Quando assumiu o cargo, em agosto de 2010, o moçambicano Hélder
Multeia tinha desafios claros. Entre eles, fortalecer, por meio do
diálogo com setores do governo e de outros segmentos, medidas de apoio
à pequena agricultura, à segurança alimentar e à preservação
ambiental. "Houve grandes avanços nestas áreas porque o Brasil avançou
muito com programas como o Fome Zero, que ficou ainda mais amplo com o
Brasil sem Miséria", destacou.

Muitas das políticas e programas brasileiros foram reproduzidos em
territórios onde a fome é um problema mais grave, como na África. Esta
foi uma das principais atribuições de Multeia na FAO no Brasil.
"Iniciamos programas de parcerias com outros blocos tanto na América
Latina como na África. Reproduzimos programas como o de aquisição de
alimentos e de alimentação escolar, que é um sucesso", lembrou.

A parceria também possibilitou a criação do programa Mais Alimentos
África, nos mesmos moldes do programa criado no Brasil para apoiar a
pequena agricultura com linhas de investimento para a modernização da
propriedade rural. "Para os países africanos, o Brasil tem um cardápio
de possibilidades de desenvolvimento com todas estas políticas de
alimento, de apoio a pequena agricultura e do programa de cisternas",
disse.

A partir desta segunda-feira (18), Multeia assume o escritório da
organização criado recentemente em Lisboa, Portugal. Com um currículo
que reúne passagens por cargos como o de ministro da Agricultura e do
Desenvolvimento Rural, de vice-ministro de Pesca de Moçambique e de
chefe do Departamento Técnico de Avicultura, em Maputo, Multeia sabe
que terá um novo desafio a partir de agora, com atribuições diferentes
das que assumiu no Brasil e na representação da Nigéria, anos antes.

Na Europa, o escritório da FAO tem uma natureza diferenciada por não
ter o status de representação. "Temos um escritório de ligação, de
diálogo e de partilha. Vamos desenvolver um trabalho conjunto na CPLP
[Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]", explicou. Segundo ele,
os países que integram a CPLP vão criar uma plataforma de cooperação
para atuarem, conjuntamente, no combate à fome nessas regiões.

Sobre a nova atividade em território português e as dificuldades que
pode enfrentar, principalmente por se tratar de um dos países mais
afetados pela crise econômica mundial, Multeia disse que só definirá
outras atividades a partir das conversas que já estão sendo agendadas
com representantes do governo e do setor produtivo de Portugal.

http://www.acritica.net/index.php?conteudo=Noticias&id=81850

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