sábado, 8 de novembro de 2014

Alfarroba, amêndoa, azeitona e figo são apostas de futuro para a agricultura do Algarve


POR HUGO RODRIGUES • 7 DE NOVEMBRO DE 2014 - 9:17
 
Jornadas Fruteiras Tradicionais do Algarve_1A alfarroba, a azeitona, a amêndoa e o figo são culturas «estratégicas para o Algarve» e os agricultores da região «podem apostar nelas». Dar pistas de como o fazer e promover o encontro dos produtores com «as pessoas certas» foi o que motivou as Jornadas Técnicas «Fruteiras Tradicionais do Algarve – Tradição e Inovação», que a ExpoAlgarve, em Loulé, acolheu de 30 de outubro a 1 de novembro.

Durante três dias, ficou patente que existe conhecimento técnico e científico suficiente, na região, para tornar a aposta nestas fruteiras típicas da região rentável. Ainda assim, há que ter cuidado para «não investir às cegas». E é aqui que entram estas jornadas, bem como o seminário na sequência do qual nasceram, realizado em Abril, em Tavira.

«Nestas iniciativas, foram dadas diversas pistas. Desde logo, no seminário de dia 30 de Abril, em que o engenheiro João Costa (Drapalg) falou muito sobre as características destes pomares e sobre a sua instalação. Ontem [dia 30 de Outubro], o engenheiro Florentino Valente (Drapalg) falou sobre os custos de instalação destes pomares e sobre a sua rentabilidade. Quem assistiu a estes dois momentos, certamente terá ficado bem mais esclarecido em relação ao seu futuro», ilustrou Ana Arsénio, da In Loco, uma das nove entidades regionais que se organizaram este evento.

Criar estas sinergias entre quem faz e quem estuda foi um dos grandes objetivos da jornadas. «Tentámos, aqui, que quem produz conhecesse as pessoas certas, que os possam ajudar a instalar e valorizar os seus pomares», ilustrou Ana Arsénio

A engenheira agrónoma salienta o contributo dado «pela Universidade do Algarve, pela Escola Agrária de Viseu e pelos técnicos de muitas entidades que estiveram nas jornadas», que dinamizaram workshops e seminários sobre as quatro culturas em foco – alfarroba, amêndoa, azeitona e figo – e sobre outros temas, como a vertente comercial e empresarial.

Jornadas Fruteiras Tradicionais do Algarve_2As culturas são tradicionais, mas isso está longe de significar que a forma ideal de as produzir seja com técnicas antigas. No fundo, trata-se de unir a tecnologia moderna à produção de espécies que por cá andam há muito tempo, para o bem da bolsa dos agricultores e da economia da região.

Produzir com maior eficácia e "ciência" é um primeiro passo, e dos mais importantes, mas não o único que se tem de dar, quando se fala de rentabilizar um investimento na agricultura. A montante há outras questões, nomeadamente a criação de redes, a comercialização e até uma dimensão de marketing, ainda pouco explorada.

«Tivemos um painel em que a exportação e as plataformas mundiais foram muito exploradas. Mas também houve uma comunicação sobre o Algarve Mais, que a ACRAL está a tentar implantar, que chamou a atenção de quem cá veio para a existência de um projeto para valorizar e escoar os seus produtos», segundo Ana Arsénio.

As Jornadas Técnicas «Fruteiras Tradicionais do Algarve – Tradição e Inovação» foram organizadas por: Associação In Loco, Associação Interprofissional para o Desenvolvimento da Produção e Valorização da Alfarroba, Câmara Municipal de Loulé, Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia, Faculdade de Ciências e Tecnologia e CRIA, Escola Profissional de Alte, Comissão de Desenvolvimento Regional do Algarve, NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve e ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve.

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