domingo, 2 de novembro de 2014

Monção e Melgaço querem ser Cidade Europeia do Vinho 2015


Lusa
31 Out, 2014, 06:35

As câmaras municipais de Monção e de Melgaço, no Alto Minho, uniram-se em torno do vinho alvarinho e avançaram com uma candidatura conjunta ao título Cidade Europeia do Vinho de 2015
"Pretendemos reforçar a aposta na promoção deste produto endógeno, o conceito de qualidade de vida e desenvolvimento económico, social e cultural de forma sustentável, como pilares de futuro para a região", explicam os presidentes das duas autarquias, Augusto Domingues e Manoel Baptista, respetivamente.

O título Cidade do Europeia do Vinho é atribuído pela Rede Europeia de Cidades do Vinho (RECEVIN), uma organização com sede em Barcelona, Espanha, que reúne cidades europeias com fortes ligações ao vinho e viticultores.

A candidatura vencedora da edição 2015 será conhecida dia 24 de novembro, em Jerez de la Frontera, cidade do sul de Espanha a que foi atribuído o título deste ano.

Monção e Melgaço deixaram para trás velhas rivalidades e decidiram "fazer todos os esforços" com o objetivo de vencer esse título, disse à agência Lusa, Augusto Domingues. Pretendem assim o seguir o exemplo de Palmela, que foi designada Cidade Europeia do Vinho 2012.

O autarca acrescentou que "seria importantíssimo" alcançar o galardão para a região, "para promover a excelência" de um território "lindíssimo, com gente simpática" e múltiplas mais-valias como são "a gastronomia, a paisagem e sobretudo o vinho".

Augusto Domingues referiu que a atividade vitícola em Monção e em Melgaço, que são casa-mãe da casta alvarinho, gera uma receita aproximada de "25 milhões de euros", sendo crucial para a economia local.

A região tem "mais de 60 empresas produtoras" de vinho alvarinho, "mais de dois mil produtores-engarrafadores" e produz "mais de quatro milhões de litros", destacou também.

Manoel Baptista, por seu lado, considerou que esta candidatura, apoiada, nomeadamente pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Região do Norte (CCDRN), permitiu "pensar em estratégias para o futuro para a sub-região, no seu todo, alicerçando-a no vinho alvarinho".

A obtenção do título Cidade Europeia do Vinho 2015 "será claramente decisivo para a sub-região e para os dois concelhos", sustentou ainda o autarca de Melgaço.

"Será à forma de nós promovermos e afirmarmos o nosso território naquilo que ele tem de qualidades, como a paisagem, a gastronomia ou o património construído", continuou Manoel Baptista.

O autarca disse que o título seria "importantíssimo para afirmar mais ainda" os vinhos locais, que têm sido "premiados em todo o mundo" e que são "o fator económico mais relevante para os dois municípios".

Os dois autarcas falavam no âmbito de uma visita organizada hoje à sub-região vitícola de Monção e Melgaço para dar a conhecer à comunicação social a candidatura e os seus grandes objetivos. A visita começou pelo Palácio da Brejoeira e passou ainda pela Quinta da Pedra e pela Quinta de Soalheiro, todos produtores de vinho alvarinho.

A iniciativa surge num momento em que se mantém a polémica sobre o eventual alargamento da denominação de origem Alvarinho a toda a região dos Vinhos Verdes, qual se opõe a generalidade dos produtores de Monção e Melgaço.

Portugal tem mais duas candidaturas ao título Cidade Europeia do Vinho 2015: Cantanhede, em conjunto com Anadia, Mealhada, Águeda e Oliveira do Bairro, e Reguengos de Monsaraz, no Alentejo.

A candidatura de Monção e de Melgaço tem quatro embaixadores: o arquiteto Siza Vieira, a artista plástica Joana Vasconcelos, o maestro Rui Massena e o `chef` Vítor Matos.

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