sábado, 8 de novembro de 2014

Angola prevê crescimento na agricultura e quer mais cruzeiros no Namibe e no Lobito

A agricultura angolana deverá registar uma aceleração no crescimento, em 2015, enquanto o setor turístico procura atrai mais navios de cruzeiro para os portos do Lobito e de Namibe.

O ministro da Agricultura, Afonso Pedro Canga, disse na terça-feira, em Luanda, que o setor deverá crescer no próximo ano 12,3%, acima dos 11,9% estimados para este ano. O ministro falava durante uma conferência sobre «Agricultura Familiar e o seu Contributo para a Segurança Alimentar Sustentável», promovida pelo Ministério da Agricultura.

Segundo Afonso Pedro Canga, citado na newslletter da Africa21, o setor da agricultura foi o que mais cresceu nos últimos anos, com grande contributo da agricultura familiar. «Por isso é justo que deva merecer toda a atenção», referiu o ministro, adiantando que, em termos de estrutura da economia de Angola, a agricultura contribui com 12%, apenas superada pelo setor dos petróleos e pelos serviços mercantis. 

As explorações agrícolas familiares, com um universo de cerca de 2,5 milhões de famílias, são responsáveis por mais de 80% da produção de culturas alimentares básicas - cereais, raízes, leguminosas - e detêm os maiores efetivos de gado do país, realçou o governante.
Quanto ao turismo, a estruturação da oferta angolana deverá passar por uma aposta na atração de navios de cruzeiro para os portos do Lobito e do Namibe, defendeu o diretor do instituto público do setor, Eugénio Clemente. 

Segundo o Instituto de Fomento Turístico (Infotur) de Angola, o registo de mobilidade nacional aponta para mais de 570 mil turistas que visitaram o país em 2013, número que, segundo Clemente, apresenta uma grande margem de crescimento.
«O movimento pode crescer se continuarmos a trabalhar na estruturação da oferta turística nacional, preparar o país como um destino. Por exemplo, em vez de Angola ser apenas um ponto de travessia para os cruzeiros turísticos, ser também paragem, de logística e atração dos turistas. Não só Luanda como o Lobito e o Namibe», apontou o diretor do Infotur, citado pelo site da Africa21.
 O primeiro navio de cruzeiro a fazer escala em Angola atracou no porto da capital, Luanda, a 9 de fevereiro de 2013, vindo da África do Sul, com cerca de 300 turistas a bordo. Nesse mesmo ano seguiram-se mais quatro navios de cruzeiro. 

O Infotur, tutelado pelo Ministério da Hotelaria e do Turismo de Angola, pretende agora articular com os operadores de navios de cruzeiro o desenvolvimento desta área de promoção turística, aproveitando, nomeadamente, os recursos naturais das províncias mais a sul - casos de Benguela (Lobito) e do Namibe -, mas também a maior capacidade de mobilidade e de segurança nestas duas regiões, para potenciar a primeira visita a Angola e o regresso destes turistas no futuro. 

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